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Embora pareça macumba, não o é. É o papa Francisco adorando a Pachamama nos jardins do Vaticano. Revista francesa há anos havia identificado o paganismo incubado no movimento ecológico. |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há alguns anos, a revista “Nouvelles de France” foi em busca da causa da propaganda que distorce os fatos a respeito do “aquecimento global”.
Ela concentrou a análise na parcialidade de certa mídia obsessivamente voltada contra os cientistas que reagem com seriedade diante da falta de base na realidade da propaganda do “aquecimento global”.
De início, ela descartou aquilo que considerou “teses sempre fáceis demais”, que põem a culpa em lobbies econômicos satanizados ou em algum complô internacional.
Pesquisando a origem do mito aquecimentista, a revista encontrou, no fim dos anos 1960, a motivação ideológica que alimenta essa fantasia.
Ela a achou nos tempos da explosão do movimento hippie, do pacifismo e do esquerdismo cultural alimentado por Moscou contra os países livres e prósperos.
Na revista Science (vol. 155, pág. 1203), já em 1967 se encontra a seguinte frase, de autoria do historiador Lynn White Jr.:
“Nós continuaremos padecendo um agravamento da crise ecológica se não recusamos o axioma cristão segundo o qual a única razão de ser da natureza é servir ao homem”.Para a publicação francesa, essa afirmação condensa o ponto de partida do ecologismo radical hodierno: a proclamação filosófica de que “o homem não tem direito algum sobre a natureza. Pelo contrário, deve se submeter a ela, e, se não o fizer, a deusa Natureza vingar-se-á, por exemplo com o aquecimento global”.
Ela reproduzia também palavras de Maurice Strong, secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente de 1970 a 1972; secretário-geral da ECO-92 no Rio de Janeiro, em 1992, e até 2005 conselheiro especial de Kofi Annan (então secretário geral da ONU) para questões ambientais:
“É possível que cheguemos a um ponto em que, para salvar o mundo, a solução será o afundamento da civilização industrial”.
Tal pensamento condensa um segundo aspecto da filosofia ambientalista radical:
“O ódio da sociedade industrial, que seria culpada de submeter a natureza por meio do trabalho humano”.
O Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas, dirigido originalmente por Strong e publicado em junho de 1990 com o título “Uma só Terra” (“Only One Earth”), convocava a celebração de um dia de reflexão sobre a atitude dos homens em relação à Terra.
Esse documento, de fato, é um manual de orações que deveriam ser recitadas nesse dia.
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Adoração panteísta de ídolos censados representar a Pachamama, ou 'Mãe Terra' no Vaticano |
Eis o início da primeira prece. As outras são do mesmo teor e concluem com um Aleluia dedicado ao planeta:Em 1997, tendo sido atribuído a Christine Stewart, então ministra do Meio Ambiente do Canadá, a apresentação de dados climáticos falsificados, ela respondeu descaradamente:
“Ato de contrição.
Nós nos esquecemos daquilo que somos.
Nós nos afastamos da evolução do cosmos.
Nós nos separamos dos movimentos da terra.
Nós demos as costas aos ciclos da vida”.
“Pouco importa que a parte científica seja completamente falsa, há benefícios colaterais para o meio ambiente...
“A mudança climática nos fornece a melhor chance de trazer justiça e igualdade ao mundo.
“É um excelente meio para redistribuir as riquezas”.
Eis – concluia “Nouvelles de France” – a terceira coluna do templo ecologista: a utopia político-social, que acreditávamos varrida da história em 1991 com a queda do comunismo.
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Retrocesso de civilizados à adoração panteísta da natureza. Ontem só se falava. Agora se faz. E no Vaticano, presidida por um Papa! |
Ela visa organizar um “decrescimento” com dano para os “ricos”, até que estes fiquem iguais aos “pobres”.
Em suma:
— naturalismo filosófico;
— recusa da indústria, do trabalho humano, da civilização e do progresso;
— neopaganismo;
— igualitarismo (marxista?)
“Nouvelles de France” conclui, dizendo que há uma coerência nessas colunas: o “retorno à selva”, tão amado nos círculos neopagãos.
Segundo estes, houve um estilo de vida não cristão numa época abençoada onde não havia nem ricos nem pobres.
Naquela época todo o mundo vivia primariamente, com um mínimo de agricultura e de artesanato.
A humanidade, então, estava convencida de que só havia um grande mestre: a Natureza, venerada na figura de certas árvores ou mananciais.
Quando “Nouvelles de France” constatou há anos essas posições religiosas pagãs -- e de um comunismo utópico -- na fonte da revolução ecologista, o achado pode ter parecido imaginário demais.
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Apalhaçada "procissão" da superstição da Pachamama pelo Vaticano. Um triunfo supremo da Teologia da Libertação comuno-tribalista |
Podem ter parecido imaginativas demais.
Hoje estão diante dos olhos e na boca de todos. Basta ter dado uma olhada na preparação, no desenvolvimento e nas conclusões do Sínodo Pan-amazônico, e da Encíclica 'Laudato Si' que o preparou.
O, aliás ridículo e anticristão, culto da Pachamama no Vaticano foi a mais estonteante confirmação.