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domingo, 5 de março de 2023

Carvão e gás salvaram Alemanha da chantagem energética

Garzweiler, mina a céu aberto em Renania do Norte-Westfalia
Garzweiler, mina a céu aberto em Renania do Norte-Westfalia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A Alemanha sofre a ofensiva ecologista contra a indispensável energia para lares e fábricas que no momento atual requer usinas termoelétricas (carvão, gás, derivados do petróleo) ou nucleares.

Se perder a autonomia não poderá subsistir como país livre. Mas a influência ideológica ambientalista está ameaçando constantemente essa autonomia.

O balanço energético alemão para 2022 se apresentava angustiante pela extorsão do gás feita pela Rússia, invasora da Ucrânia.

Porém teve muito a agradecer sua independência à expansão da mina de carvão de Garzweiler, explicou “Science et Avenir”.

A Alemanha se permite queimar mais carvão no curto prazo, porque espera encontrar maneiras de reduzir no longo prazo os efeitos climáticos negativos dessas usinas.

Porém no momento em que luta para sobreviver às carências impostas pela chantagem do agressor russo, a Alemanha se encontra incriminada no relatório do think tank Agora Energiewende.

Termoelétrica a carvão de Neurath, na Alemanha
Termoelétrica a carvão de Neurath, na Alemanha
Esse calculou que o país emitiu cerca de 761 milhões de toneladas de CO2 equivalente (eqCO2), superando em 5 milhões a meta de 756 milhões estabelecida pela lei, mesmo com a queda no consumo geral de energia.

Não querendo ver a pobreza e o frio a que ficariam sujeitos dezenas de milhões de alemães, o relatório viciado de ecologismo ideológico se voltou contra os combustíveis fósseis como o petróleo (para transporte e aquecimento) e carvão (para eletricidade).

As energias alternativas solar e eólica em 2022 diminuíram sua produção por efeito de uma excecional suavidade dos ventos e da insolação numa redução de 4,6% no consumo global de energia face a 2021, segundo constatou a revista ambientalista “klimateporter°”.

A revista, entretanto, insistiu no realejo de incitar o governo alemão a se afastar dos combustíveis fósseis e se voltar mais resolutamente para as fontes renováveis a partir de 2023.

O GNL (gás natural liquefeito), foi o outro combustível que salvou o país da asfixia energética de Vladimir Putin, mas segundo o relatório “verde” deve ser reduzido ao estritamente necessário.

O facciosismo ambientalista do relatório que deve alegrar aos genocidas do Kremlin, também se voltou contra a possibilidade de que a renúncia alemã à energia nuclear leve a um uso maior de usinas a carvão.

O gás natural licuado GNL também salvou a independência energética alemã
O gás natural licuado GNL também salvou a independência energética alemã
A França, entretanto, comemorou a recuperação da independência energética reativando uma parte menor de suas usinas nucleares, outrora desativadas pela pressão verde.

Os engenheiros e cientistas franceses também comemoraram o desenvolvimento das novas tecnologias que permitem construir usinas nucleares mais baratas e quase sem nenhum dos maus efeitos colaterais que eram imputados às usinas de gerações anteriores.


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