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domingo, 17 de julho de 2022

Eco-92 fez da América do Sul o trampolim da Revolução Ecologista mundial?

Eco-92 sob cores enganosas nasceu o dirigismo planetario ambientaalista
Eco-92: sob cores enganosas nasceu o dirigismo planetário ambientalista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Na ECO-92 nasceu um dirigismo planetário


Na ECO-92, as tendências dirigistas que se acreditavam abandonadas após o fracasso do socialismo soviético, se renovaram com novos sofismas contra a iniciativa privada, a propriedade particular e a livre-empresa, acusando-as de esgotarem o Planeta com formas de extração e produção “insustentáveis”, como estaria fazendo o agronegócio.

Em dezembro de 1991, ONGs de 150 países reunidas em La Villette (Paris) sob os auspícios do governo socialista francês, elaboraram uma estratégia comum contra o capitalismo privado que estaria destruindo a Terra: “Ajudai-nos a preservar o que ainda não foi destruído na casa comum”.

Em vez da “economia de mercado” — acusada de excessivamente mágica —, tentariam o “desenvolvimento sustentável”.10

Écologie Infos, então órgão dos militantes Verdes da França, deplorava o fato de os cidadãos do antigo mundo comunista procurarem padrões de vida elevados como os do Ocidente, acusava-os de provocar um desastre para o meio-ambiente, e os convocava para uma nova aliança anticapitalista marcada por “fórmulas adaptadas ao desenvolvimento durável, fazendo uma frente comum do mundo ex-comunista com os países do Sul ‘curtocicuitando o Norte’”. 11

As mesmas ONGs postulavam “a recusa do modelo neoliberal de desenvolvimento imposto pelas economias do Norte que gerou desigualdades extremas”.12

Fidel Castro fez a ponte entre o velho comunismo que desabava e a nova Internacional (comuno)-ambientalista
Fidel Castro fez a ponte entre o velho comunismo que desabava
e a nova Internacional (comuno)-ambientalista
Os velhos argumentos igualitários e miserabilistas da extinta Internacional Comunista foram retomados em nome da ecologia e da necessidade de estabelecer poderes supranacionais que controlem a atividade humana sobre o planeta.

As tendências totalitárias de grande número de ONGs se voltaram agressivamente contra as soberanias nacionais.

As velhas propostas socialistas reapareceram tingidas de verde, sendo introduzidas por altas figuras da reunião oficial nos textos aprovados pela ONU.

Confirmou-o a primeira-ministra da Noruega e vice-presidente da Internacional Socialista, Gro Harlem Brundtland, ao declarar, em entrevista coletiva de imprensa, no primeiro dia da reunião oficial, que os textos assinados na Cúpula da Terra contêm as metas a que aspira a Internacional Socialista.

Não foram poupadas nem as empresas que investiram grandes quantias para eliminar a poluição e os danos ecológicos que suas fábricas podem produzir.

Falência das autoridades oficiais


Os cinco acordos assinados pelos chefes de Estado — Declaração do Rio, Agenda 21, Convenção sobre o Clima, Convenção sobre a Biodiversidade e as Florestas — foram vagos, imprecisos, permitindo as interpretações mais abusivas.

A vertente oficial-racional deu uma imagem de impotência para obter textos objetivos e imparciais, com base científica séria e um plano de aplicação realista capazes de convencer a maioria dos países interessados.

Tal resultado foi associado ao crescente desinteresse da sociedade em geral pelo mundo político.

A internacional das ONGs


Vice-presidente da Internacional Socialista, Gro Harlem Brundtland os textos da ECO-92 contêm as metas de sua Internacional
Vice-presidente da Internacional Socialista, Gro Harlem Brundtland:
os textos da ECO-92 contêm as metas de sua Internacional
Enquanto as delegações oficiais deixaram uma sensação de burocratismo oco, as ONGs, reunidas no Parque do Flamengo, saíram vitoriosas, determinadas a subverter o mundo organizado.

“As ONGs saem fortalecidas da conferência.

Conquistaram assento e voto em quase todas as discussões oficiais, asseguraram direito de participação direta em muitos programas de gestão de áreas de conservação e em campanhas educativas ligadas a projetos de governo [...] vão dividir com os órgãos governamentais a responsabilidade de colocar em prática os acordos acertados no Rio”(O Estado de S. Paulo, 16-6-92).

O então secretário de Meio Ambiente brasileiro, José Goldemberg, confirmou que as ONGs “agora têm na Agenda 21 um documento oficial dos governos para cobrar a defesa das questões ambientais”. (id. ibid.)

As ONGs assinaram 32 acordos entre si, para se apoiarem mutuamente.

É uma network organizada para trabalhar contra o modelo de vida ocidental.

De uma maneira muito verdadeira, pode-se dizer que a Internacional Verde nasceu no Rio de Janeiro em junho de 1992.

Lutas pós-ECO-92


Os acordos assinados pelos chefes de Estado foram ratificados em cada país.

Desde então vêm sendo aplicados pelas autoridades nacionais e internacionais em comum acordo com as ONGs, segundo se depreende das leis ambientalistas que vêm sendo promulgadas.

Em nome da “salvação do planeta”, as ONGs vitoriosas multiplicaram suas ofensivas, com o decisivo apoio da mídia, de políticos de esquerda “reciclados” e de altos funcionários das Nações Unidas.

Seus ataques se concentraram nos “grandes poluidores” escolhidos por elas, rebaixados à categoria de “inimigos nº 1 da humanidade” — as indústrias extrativas (carvão, petróleo, mineração, madeireiras, agropecuária moderna, pesca etc.), as indústrias produtivas (químicas em geral, farmacêuticas, automobilísticas, eletro-domésticas etc.) —, bem como na massa da humanidade que consome seus produtos preferidos.

A ofensiva do ecologismo irracional atacou os padrões de consumo dos “ricos”, exigindo um rebaixamento do nível de vida dos cidadãos.

“Os padrões de vida nos Estados Unidos e no Canadá não são sustentáveis”, advertiu Strong no fim da ECO-92.(“Strong quer ver promessas virarem ações”, O Estado de S. Paulo, 16-6-92)

Ted Turner, fundador da CNN, pediu reduzir a humanidade a 250 milhões de pessoas
Ted Turner, fundador da CNN, pediu reduzir a humanidade a 250 milhões de pessoas
Haveria “surpresas” — talvez pré-fabricadas, como vaticinou o Worldwatch Institute — para precipitar a queda da resistência dos cidadãos acostumados à vida tranquila proporcionada pela propriedade privada.

Acenou-se com epidemias que extinguiriam a maior parte da humanidade, com catástrofes geológicas, climáticas etc., para quebrar o desejo de viver bem: “há muitos interesses poderosos no sistema econômico mundial existente que estão resistindo à Revolução Ambiental.
“Ninguém sabe qual será o evento que coloca a Revolução Ambiental no caminho certo.

“Pode ser um aumento prejudicial às colheitas nas temperaturas do verão no cinturão de grãos dos EUA que cria caos nos mercados mundiais de grãos, ou um acidente nuclear na França que expõe milhões de europeus à radiação excessiva, forçando a realocação da população em massa”.(in Brown, Lester R. et al., “State of the World 1992 - A Worldwatch Institute Report on Progress Toward a Sustainable Society”, op. cit, p. 188.)

América do Sul: trampolim da Revolução Ecologista mundial?


A ECO-92 aconteceu, não sem razão, no Rio de Janeiro.

A existência na América do Sul da maior floresta tropical úmida do planeta (a amazônica); os problemas ligados à posse de terras exploráveis pela agropecuária; o rápido crescimento urbano de suas megalópoles (São Paulo, Buenos Aires e Rio de Janeiro); a presença de pequenos, mas ainda fortes grupos indígenas; a extraordinária biodiversidade do continente; a proximidade do seu extremo-sul com o famigerado “buraco de ozônio”; a amplitude e intensidade dos esforços para “reciclar” os movimentos de “libertação nacional”, como os sandinistas, partidos e sindicatos pró-castristas como o Partido dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores brasileiros, bem como a evolução da “teologia da libertação” em “ecologia da libertação”, todos estes fatores, e outros mais que poderiam ser elencados, suge¬rem que a América do Sul, e o Brasil em particular, foram escolhidos para ser o palco no novo conflito global.

Aterro do Flamengo, líderes ocultistas, indígenas e carnavalescos pela nova revolução
Aterro do Flamengo, líderes ocultistas, indígenas e até carnavalescos pela nova revolução
Desde então o movimento ecologista parece sonhar com a hipótese de transformar o Brasil — juntamente com toda a América do Sul — no continente-polo do ecologismo irracional e tribalista.

Se o conseguisse, faria do continente o que a Rússia foi para a revolução marxista mundial: a sua Meca e plataforma de expansão.

Neste cenário, a própria sorte da Igreja Católica está em jogo.

Na América Latina reside quase a metade dos católicos do mundo e o recente Sínodo da Amazônia revela o esforço dos teólogos da libertação para afundar nosso continente num regime de vida tribal inteiramente consoante com as teorias verdes proclamadas na ECO-92.

Na Patagônia, líderes anarquistas pretendem instalar um sistema tribalista “mapuche”, enquanto outros tantos tentam estabelecer o comuno-missionarismo nas regiões andinas.

Sem dúvida, a revolução verde está em marcha.

Mas a grande pergunta é se terá êxito no continente abençoado por Nossa Senhora com inúmeras manifestações, como Guadalupe, Coromoto, Las Lajas, Aparecida, Luján, para só citar algumas. 



Um comentário:

  1. Os resultados já estão começando a aparecer. Vide Sri Lanka, Holanda, Grã Bretanha, Alemanha. Até tem um ótimo artigo de Brendan O'Neil na revista online Spiked que mostra tudo isto: https://www.spiked-online.com/2022/07/19/these-farmers-are-fighting-for-us-all/

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