Na ECO-92, no Rio de Janeiro, se tramou a maior revolução do século |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Desde a ECO-92 o movimento ecologista parece sonhar com a hipótese de transformar o Brasil — juntamente com toda a América do Sul — no continente-polo do ecologismo irracional e tribalista.
Se o conseguisse, faria do continente o que a Rússia foi para a revolução marxista mundial: a sua Meca e plataforma de expansão.
Há 30 anos, após a derrubada do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, o cenário mundial modificou-se de tal modo, e tão rapidamente, que poucos atinaram para o significado daquele acontecimento.
Isso foi planejado entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, por ocasião da Cúpula da Terra — primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como ECO-92 ou Rio-92 —, a qual visava reconfigurar o panorama mundial.
O evento reuniu o maior número de chefes de Estado e de Governo do mundo inteiro.
Desconjuntamento do Ocidente
Paulinho Paiacan foi o ícone do ecologismo de ECO-92, mas foi preso por estuprar uma jovem 'branca' |
Governantes e ONGS ecologistas, animadores da ECO-92, cogitaram mudanças dramáticas semelhantes às ocorridas na área comunista, mas rumo a um mundo inteiramente novo e misterioso.
No seu relatório “State of the World – 1992”, editado em 23 línguas, o Worldwatch Institute anunciava que o ecologismo produziria no Ocidente uma revolução de alcance incalculável:
“Não há precedente para a mudança em perspectiva: uma reestruturação da economia global, grandes mudanças no comportamento reprodutivo humano e mudanças dramáticas nos valores e estilos de vida. [...]
“Se esta revolução ambiental for bem-sucedida, ela se equiparará às revoluções agrícola e industrial como uma das maiores transformações econômicas e sociais da história da humanidade”. (Washington, 1992, 256 pp., p. 174)
Irracionalidade nas metas globais
A nova macrotendência consistiu na irrupção do irracional na esfera das Nações Unidas e nos debates mundiais.
Parece chocante, mas 264 cientistas, entre os quais 52 Prêmios Nobel, enviaram à Cúpula da Terra um desesperado “apelo de Heidelberg”, denunciando “a ideologia irracional que se opunha ao progresso industrial e científico”, a qual penetrava na reunião. (Le Figaro, Paris, 1-6-92)
A ECO-92 constou de duas partes: a primeira foi a reunião das delegações oficiais de mais de 150 países e de agências internacionais, com a presença de 116 chefes de Estado, a maior da História.
A segunda foi a reunião das Organizações Não Governamentais (ONGs), no aterro do Flamengo, ou Fórum Global.
O Forum Global das ONGs foi uma imensa kermesse New Age |
Esse happening anárquico foi parte plena da Cúpula da Terra, segundo o programa oficial.
“O secretário-geral da UNCED, Maurice Strong, em muitas ocasiões argumentou vigorosamente que sem o Fórum Global de 1992, a própria Cúpula da Terra perderia sua legitimidade”. (Official calendar, june 1-14-92, p. 6)
Estados Unidos na mira
Comentando a presença dos Estados Unidos na ECO-92, um grande matutino brasileiro observou que “a principal potência do planeta ficou numa situação de isolamento. [...] não foi acompanhada por seus aliados tradicionais”. (O Estado de São Paulo, 16-6-92)
“Bush é um degenerado ambiental”, declarou à imprensa o principal representante do Greenpeace na ECO-92, Clifton Curtis.
Presidente americano assina documento de base |
Verde ecologista substitui vermelho marxista
Os grupos que se reuniam outrora sob a bandeira vermelha do comunismo internacional se rearticularam sob a bandeira verde do ecologismo irracional.
Mas os representantes do mundo racional fingiam não o ter percebido e altos representantes do governo americano, como o senador Al Gore, até financiavam o ativismo irracional do Fórum Global.
O mesmo faziam as autoridades da ONU, que deveriam ser neutras, e o secretário-geral da reunião, Maurice Strong, que participou de passeata em repúdio aos EUA.(O Estado de São Paulo, 8-6-92)
A cena mais perplexitante talvez tenha sido ver o ilustre personagem que nesse momento presidia a delegação americana — isto é, o presidente Georges Bush — somar-se às palmas que se seguiram ao ataque de Fidel Castro aos EUA. (Earth Summit Times, 13-6-92; Terraviva, 13-6-92)
O Vaticano e a família no pelourinho
Ecumenismo caótico de religiões, superstições e anarquismo |
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a maior fonte de financiamento do controle da natalidade no mundo, acusou a Santa Sé de subtrair a planificação familiar e a anticoncepção da Agenda 21 — o mais importante documento aprovado no Rio.
Werner Fornos, presidente da ONG Instituto de População, ameaçou: “Se existisse um tribunal de crimes de guerra ao qual pudéssemos nos dirigir, o Papa estaria sob juízo.
“Trata-se de uma absoluta tragédia”.
Fornos criticou ainda o Vaticano “por interferir na vida das pessoas em todo mundo por causa de dogmas religiosos”.
E manifestou o anelo de uma Nuremberg contra a Santa Sé por defender a moral familiar.
Outras ONGs — como o Comitê para a crise da População e Católicos pela livre escolha — hostilizaram o Vaticano e os “conservadores de orientação direitista de Washington” com injunções demagógicas, reveladoras de uma mentalidade ditatorial abortista e antifamiliar. (Tierraviva, 2-6-92)
Assim, as duas maiores potências do mundo — os EUA na ordem temporal e o Vaticano na ordem espiritual — foram as grandes infamadas na Cúpula da Terra.
continua no próximo post:
Causaria arrepio estar ao lado daquele assassino a sangue frio cubano.
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