Na Olimpíada pequineses afogam na poluição

Poluição atingiu altíssimos patamares na China
enquanto a ONU saudava Pequim como líder para 'salvar o clima'

Luis Dufaur

Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs

A cidade de Pequim fechou seus playgrounds devido à poluição do ar, mas a China aumentou sua produção e consumo de carvão enquanto a assembleia da ONU COP26 sobre mudanças climáticas tripudiava contra os países capitalistas poluidores, descreveu o canal francês 20minutes.

A China, o maior poluidor do mundo, foi criticada na conferência internacional realizada em Glasgow pela ausência do presidente Xi Jinping.

Mas não pelo pavoroso envenenamento da atmosfera planetária que o regime socialista chinês pratica visando se promover ao patamar de máxima economia planetária a qualquer custo.

Conduta análoga foi assumida por Pequim durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro 2022.

Na referida COP26, os Estados deviam negociar um corte em suas emissões de gases de efeito estufa. Na Olimpíada, o regime trancou a população em regime de campo de concentração para dizer que atingiu o ‘contágio zero’.

Controle policialesco infernizou a vida dos cidadãos.

A China que é a máxima emissora planetária, anunciou durante a mesma ocorrência que aumentou sua produção de carvão em um milhão de toneladas por dia.

O regime socialista inaugurado por Mao Tsé Tung depende em 60% do carvão mineral para a produção da eletricidade que precisa.

Trata-se de uma dependência reveladora do atraso tecnológico da pretensiosa máxima economia da Terra. Mas Pequim não quer parar até atingir uma férrea hegemonia mundial.

A China esconde seus pontos fracos, mas durante a reunião de Glasgow e durante os Jogos Olímpicos de Inverno ficaram agressivos.

O país vem enfrentando cortes de energia – draconianos em algumas cidades – há muitos meses e só podia aumentar a extração e consumo – leia-se poluição – de carvão para atingir suas ambiciosas metas expansionistas.

Por causa disso, mais um denso nevoeiro – porque a desgraça não é nova – cobriu a capital chinesa. A visibilidade foi reduzida para 200 metros de acordo com a previsão meteorológica nacional.

Trechos de rodovias para as principais cidades do país foram fechados devido à visibilidade insuficiente. As escolas da capital suspenderam as aulas e todas as atividades ao ar livre.

As autoridades locais culparam o fenômeno “às condições climáticas adversas e à disseminação regional da poluição”, anunciando que o intoxicante fenômeno voltará a se repetir.

A socialismo põe a culpa em fatores etéreos não definidos, mas segundo reconheceu Li Danqing, da ONG Greenpeace, “a causa raiz da névoa de poluição no norte da China é a queima de combustíveis fósseis”. E essa queima é ordenada pelo governo.

A presença de partículas finas atingiu o nível 230, classificado “muito insalubre”, pela embaixada dos EUA em Pequim. A OMS recomenda não ultrapassar o limite de 15!

População de Xi'an 'contrabandeia' alimentos para sobreviver.
Ficou pressa como num campo de concentração para governo ostentar 'contágio zero'

O governo quer atenuar acentuadamente a poluição do ar durante os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro 2022, padeça o que padecer a população. A paralisação de inúmeras atividades também foi atribuída ao combate contra o Covid.

O início dos severos frio de inverno elevaram a necessidade de aquecimento no norte do país, aumentando a poluição.

Os habitantes de Pequim ignoravam tudo sobre a conferência climática da ONU COP26 mas não se espantaram muito com alta poluição, fenômeno recorrente para eles.

Ausente da COP26 em Glasgow, o presidente Xi só teve coragem para mandar um discurso escrito.

Nele reclamou aos países ricos ajudarem mais os países em desenvolvimento para lutar contra as mudanças climáticas, coisa que a China não faz.

Também silenciou novas metas climáticas para seu país, enquanto os países ocidentais, o Brasil incluído, entravam numa corrida para ver quem desmatava mais ou prometia recortar pior sua indústria e comércio.

Em 2020, Xi prometeu que a China alcançaria um “pico” nas emissões de poluentes em 2030, antes de atingir a neutralidade de carbono em 2060. Até lá que os outros afundem.

O presidente dos EUA, Joe Biden, não teve mais jeito que atacar fortemente a Xi Jinping pelo “grave erro” de não vir para a COP26

Defendeu que a China não poderia “reivindicar” qualquer papel de liderança “dando as costas” à crise climática. E anunciou um boicote diplomático para as Olimpíadas de Inverno de não se sabe qual importância.

Consciente da inocuidade das tomadas de posição de Biden, Xi não mudou sua cara de pau e a confraria vermelho/verde continuou aclamando-o como o “salvador do clima”.