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domingo, 19 de maio de 2024

Precipitar uso de carros elétricos pode trazer grande dano

Mídia se pergunta por que caiu o interesse pelos carros elétricos.
Mídia se pergunta por que caiu o interesse pelos carros elétricos,
quando a promoção da imprensa, 'verdes' e governos foi gigantesca.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O carro movido por motores elétricos é mais uma opção para os veículos. Até nos livraria da chantagem dos países árabes e da Rússia, imensos produtores de petróleo, e afastaria os danos da poluição dos motores a explosão.

Quando foram introduzidos os veículos a motor circularam alguns modelos movidos a vapor, e hoje se experimenta o motor a hidrogênio, muito mais prometedor que o elétrico no futuro.

Porém a introdução precipitada do carro elétrico e seu sistema de recarga das baterias colapsaria nosso sistema elétrico e nos jogaria num desastre porque a civilização atual é incapaz de sustentar o brutal e súbito aumento do consumo de eletricidade.

A prudência é necessária em seu uso e introdução massiva, como, aliás, de qualquer outra invenção.

Diante do desastre anunciado e previsto por causa da precipitação, a ofensiva ecologista esfrega as mãos e esconde os perigos.

As esquerdas comemoram que altos organismos como a União Europeia constrinjam as montadoras a suprimir os carros a combustão em prazos precipitados e com consequências danosas.

A nova tecnologia ainda está começando e os obstáculos, que podem ser superados, estão aparecendo.

Agora resulta que os motoristas não querem comprar veículos elétricos usados, o que atrapalha o mercado de veículos novos.

No mercado de segunda mão que movimenta US$ 1,2 bilhão, os preços dos carros elétricos estão caindo mais rapidamente do que os de veículos com motor a combustão.

A empresa líder dos carros elétricos barateou preços mas segue caindo.
A empresa líder dos carros elétricos barateou preços mas segue caindo.
Os compradores evitam adquiri-los devido à falta de subsídios, e o desejo de esperar por uma tecnologia melhorada para superar as deficiências na infraestrutura de carregamento.

Os modelos chineses fazem a guerra de preços contra a Tesla deprimindo ainda mais os valores dos elétricos novos e usados e ameaçando os lucros da Volkswagen e a Stellantis.

Os fabricantes de automóveis e as concessionárias na Europa que financiam o leasing dos elétricos tentam recuperar as perdas aumentando os custos dos empréstimos.

Alguns dos maiores compradores de carros novos, incluindo empresas de aluguel, estão reduzindo a participação de veículos elétricos porque perderam dinheiro nas revendas. É o caso da Sixt, que retirou modelos Tesla da sua frota.

Os problemas com os carros elétricos de segunda mão, disse Christian Dahlheim, diretor de serviços financeiros da VW, têm o potencial de destruir bilhões de euros em lucros para a indústria em geral.

A crise de confiança dos consumidores ameaça o plano de descarbonização da União Europeia que inclui eliminar as vendas de carros novos a combustão até 2035.

“Não há procura por veículos elétricos usados”, disse Matt Harrison, diretor de operações da Toyota Motor na Europa. “Isso está realmente prejudicando os preços.”

As empresas podem direcionar à África os carros indesejados, mas lá não há infraestrutura para o carregamento das baterias.

A China quer ser o gigante produtor desses carros, mas está se enchendo de cemitérios de veículos elétricos abandonados.

Consumidores que experimentaram voltam aos motores tradicionais
Consumidores que experimentaram voltam aos motores tradicionais
A Tesla começou a cortar agressivamente os preços para impulsionar as vendas, mas essas caíram.

Os preços dos veículos elétricos usados caíram cerca de um terço até outubro de 2023 e os usados demoram mais para serem vendidos do que os modelos a gasolina, mesmo após reduções significativas de preços.

Com a desaceleração das encomendas de novos e usados encalhados por mais de 90 dias, os carros elétricos se tornaram “inventário de risco”, segundo o pesquisador de mercado da Deutsche Automobil Treuhand, Dirk Weddigen von Knapp.

Os fabricantes procuram novas tecnologias de baterias que prometem carros mais baratos, com maior autonomia e carregamento mais rápido.

Ayvens, uma empresa que administra cerca de 3,5 milhões de veículos, disse que a incerteza em torno da tecnologia do carro elétrico levará mais clientes a alugar em vez de compra.

O presidente americano Biden promoveu incentivos para a comercialização de veículos elétricos, mas a venda está aquém das expectativas.

Carros eléctrcos forjaram má reputação no Canadá, segundo CleanEnergy
Carros elétrcos forjaram má reputação no Canadá, segundo CleanEnergy
Biden quer que metade dos veículos vendidos novos até 2030 seja de veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in.

Biden forneceu US$ 7,5 bilhões aos governos estaduais e locais durante cinco anos para subsidiar a construção de carregadores, mas só agora estão se abrindo novas estações de recarga.

Segundo as montadoras o crescimento as vendas e a produção de carros totalmente elétricos diminuiu nos últimos meses, e alguns investimentos foram pausados.

Pela queda das vendas, Ford e a General Motors reduziram a produção de veículos elétricos e adiaram investimentos.

“Os fabricantes de automóveis passaram do otimismo para a realidade”, disse Michelle Krebs, analista do setor da Cox Automotive. Ele prevê que “haverá muitos obstáculos no caminho” da transição.

Mark Z. Jacobson, especialista em energia renovável e professor da Universidade de Stanford, disse que os compradores também precisam de mais informações sobre a economia de custos da adoção da eletricidade.

Os motoristas estão frustrados com a falta de carregadores e com as estações frequentemente quebradas. Cerca de 1 em cada 5 tentativas de carregamento falham, e cerca de 1 em cada 3 compradores não têm acesso a carregamento doméstico, diz Elizabeth Krear, especialista em veículos elétricos da J.D. Power.


domingo, 5 de maio de 2024

Produtores agrícolas derrotam escravizador “Pacto Ecológico Europeu”

Em Berlim, produtores recusam a utopia que os arruina
Em Berlim, produtores recusam a utopia que os arruína
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Uma extraordinária mobilização dos produtores agrícolas europeus obteve grande vitória contra o poder de lobby político ambientalista europeu, reconheceu a grande mídia internacional, até a contragosto. 

Os produtores forçaram o órgão executivo da UE – Comissão Europeia – a recuar em todos os pontos da “Agenda Verde” que os quebraria com o pretexto de combater o “aquecimento climático”.

Entretanto, eles são uma minoria que representa apenas 4% da força de trabalho do continente, cuja população atinge 580 milhões de pessoas. Mas sua determinação, consagrada já na lavoura, afastou os perigos aprontados pelo socialismo ambientalista.

A presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, anunciou de público que retrocederia em 2 medidas fundamentais reprovadas pelos trabalhadores rurais:

1ª) descartou a disposição crucial denominada “Acordo Verde Europeu” ou “Pacto Ecológico Europeu”, que planejava reduzir o uso de pesticidas pela metade até 2040, medida que os produtores rurais consideravam sinônimo de “desaparecimento” na ultra controlada agricultura europeia;

Protestos no coração de Paris
Protestos no coração de Paris
2ª) afastou a meta de reduzir pela metade as emissões de dióxido de carbono (CO2), outra desastrosa utopia verde, agendada para ser executada num prazo de 15 anos.

A indignação levou os produtores agrícolas europeus a uma ofensiva de protestos legais. A dupla formada pela Comissão Europeia de Bruxelas e o Parlamento de Estrasburgo, sofreu uma derrota política mais uma vez.

O dirigismo desses organismos europeus foi vergado pelo setor agrícola que estabeleceu uma hegemonia virtual, enquanto o ecologismo-socialismo não recomece a atacar.

Úrsula von der Leyen também concordou em acabar com o caráter excepcional das importações agrícolas da Ucrânia, que duplicaram no ano passado, quando passaram de 7 bilhões de euros em 2022 para 13 bilhões em 2023, prejudicando aos agricultores europeus que a UE deveria defender prioritariamente.

É de bom senso que a solidariedade europeia com a Ucrânia não pode violar a prioridade dos produtores agroalimentares locais.

Resultou ser assim que a união do campo europeu ficou mais poderoso do que as cumplicidades dos políticos europeus com o ditador russo Vladimir Putin.

Von der Leyen reconheceu explicitamente o poder invicto dos agricultores europeus quando salientou que “a preocupação com o futuro da agricultura e com o seu próprio destino como produtores” deve agora ter precedência.

A realidade era pior ainda: a Comissão Europeia privilegiava os blefes ambientalistas ameaçando a segurança alimentar do continente.

Protesto em Paris contra as normas ecológicas punitivas
Protesto em Paris contra as normas ecológicas punitivas
O problema subjacente da agricultura europeia é o espírito socialista e confiscatório da utopia da unificação das nações que fez da agropecuária uma atividade hiper-regulada e extraordinariamente subsidiada.

O estrangulador regime de subsídios e afogamentos da liberdade produtiva da EU impõe um fardo esmagador de regulamentos administrativos e burocráticos aos produtores do continente.

A Comissão Europeia voltou-se também contra o atividade industrial urbana, sempre com os pretextos de combater o “aquecimento global” e outros blefes verdes.

Dessa maneira, a vitória dos produtores agropecuários soou como advertência de que na Europa se caminha para uma ruptura completa entre as elites políticas e a cidadania urbana e industrial.

Respira-se no continente o mau cheiro da profunda falta de legitimidade social e política do aparelho governamental paneuropeu.

Essa desconexão estrutural entre a cúpula e a imensa maioria dos cidadãos vem assombrando a unificação europeia desde as origens do processo de unificação, ou de abolição das nações.

Esse foi iniciado na década de 1960, num enganoso e dominante otimismo, mas depois o dirigismo da nova realidade, semente de República Universal, deixou lugar ao desencanto em todos os estratos sociais.

Esse mal-estar alimentou o renascimento de uma ambígua extrema-direita, em todo o lado e ao mesmo tempo.

Desde a “Alternativa para a Alemanha” na República Federal alemã, à “Frente Nacional” de Marine Le Pen na França, e ao Vox de Santiago Abascal na Espanha.

A cúpula política de Bruxelas se diz preocupada com as “alterações climáticas” e não foi capaz de perceber como ofendia ao movimento agroalimentar, que com as suas greves de reboques e tratores e bloqueios de estradas, se sente, com razão, vencedor de uma imensa luta desigual.

Protesto na Holanda daqueles que sim conhecem a natureza
Protesto na Holanda daqueles que sim conhecem a natureza
Ficou evidenciado ao descontentamento agropecuário, e aos cidadãos engajados nas atividades urbanos e industriais qual é a forma mais eficaz de protestar contra a imposição da utopia ecológica e socializante..

Assim, foram eliminadas diretamente as cláusulas da “lei verde” que estabelecia um corte de 30% nas emissões de gases estufa e metano em 2040, e desapareceu completamente o objetivo máximo de redução de 90% nas emissões de dióxido de carbono (CO2), que devia ser imposto no mesmo período.

Durante mais de 20 anos, a população europeia abandonou os governos social-democratas e de esquerda e virou, com nuances, para o centro-direita tradicional. Esse agora controla o Parlamento Europeu e canaliza as exigências agrícolas.

O curioso, porém, é que a União Europeia ainda insiste em dar lições de comportamento ambiental a outras regiões do planeta, como é o caso do Mercosul no acordo fracassado entre a região e Bruxelas.