2022: cientistas continuam descobrindo novas espécies

Solumbellula monocephalus

Luis Dufaur

Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs

Uma 'descoberta emocionante' para uma equipe de cientistas ocorreu no fundo do Oceano Pacífico.

Eles iam a bordo do E/V Nautilus, navio de pesquisa da Ocean Exploration Trust, uma organização sem fins lucrativos.

Os pesquisadores da expedição só souberam exclamar ‘oooh’ e ‘aah’ quando se lhes apresentou uma criatura bizarra no foco das câmeras de profundidade.

“Minha mente está explodindo agora”, disse um deles cuja surpresa ficou gravada na câmera, enquanto o veículo operado remotamente (ROV) varria o fundo do oceano e se aproximava da visão estranha.

“Não estou na ponta da cadeira nem nada”, brincou outro cientista.

Momentos depois, os cientistas detectaram nas proximidades outra criatura excêntrica como a anterior, embora não tenham conseguido gravá-la.

Solumbellula monocephalus, detalhe

Tinham tentáculos de 40 centímetros que partiam de um caule de quase 2 metros de comprimento e um único pólipo de alimentação.

Com tentáculos farpados cobrindo o pólipo como pétalas pontiagudas, a criatura se assemelhava a uma flor muito estranha que nadava livremente e tinha o tamanho do ROV.

A visualização aconteceu em 7 de julho [2022] a 2.994 m abaixo da superfície, perto de um monte submarino anteriormente inexplorado ao norte de Johnston Atoll, um território não incorporado dos EUA e um Refúgio Nacional de Vida Selvagem no Oceano Pacífico, a oeste do Havaí.

Os pesquisadores inicialmente acharam ser um Solumbellula monocephalus, que faz parte da família Cnidaria que inclui águas-vivas, hidras e corais.

No entanto, os únicos avistamentos dessas canetas marinhas ocorreram nos oceanos Atlântico e Índico.

Steve Auscavitch “De tempos em tempos,
nos deparamos com algo que nunca esperávamos ver”

De fato, os cientistas tropeçaram com uma nova espécie. O verbo “tropeçar” usado pela revista Live Science é apropriado considerando a milionária quantidade de espécies vegetais e animais, aquáticas ou não que ainda existem sem catalogar no nosso planeta.

Steve Auscavitch, principal pesquisador da expedição e biólogo de águas profundas e pós-doutorando na Universidade de Boston, descreveu o avistamento como “fascinante”.

“De tempos em tempos, nos deparamos com algo que nunca esperávamos ver, e essas são geralmente as observações mais poderosas”, disse ele à Live Science.

Ele acrescentou: “O que capturamos em vídeo era enorme, possivelmente do mesmo tamanho ou maior que o Hércules, nosso ROV. Quando eu vi essa incrível caneta marinha em vídeo, eu sabia exatamente o que poderia ser”.

Auscavitch reuniu informações de biólogos em terra, que confirmaram suas suspeitas de que era uma caneta marinha, um parente de coral de tamanho impressionante.

A descoberta de sua equipe ocorreu vários meses depois que cientistas na Espanha nomearam dois novos gêneros de canetas marinhas: Pseudumbellula e Solumbellula, sendo que esta última incluiria a nova espécie. Essas descobertas foram publicadas em fevereiro na revista Invertebrate Systematics.

“A parte mais empolgante desta pesquisa é que encontramos essas coisas de tempos em tempos, e isso realmente expande nosso horizonte sobre onde os animais podem viver e existir no fundo do mar”.

Em terra, em cômodos escritórios diante do computador, obedecendo fielmente às instruções de seus diretores de redação na mídia, e dos diretores de órgãos multinacionais ou ONGs de bolsos cheios acontecia outra coisa.

Na hora em que os esforçados cientistas faziam este encontro com a nova espécie da natureza, fiéis militantes verdes escreviam que as espécies estão desaparecendo a ponto de não ficar nenhuma num século ou num milênio vindouro por culpa das deblateradas civilização e consumismo agroindustrial!!!