Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
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domingo, 29 de dezembro de 2024
Santo Natal e Feliz Ano Novo !
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domingo, 15 de dezembro de 2024
Ruínas da coroa portuguesa e gravuras rupestres milenares afloraram na seca da Amazônia
Artefatos de guerra do antigo forte português de São Francisco |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A histórica seca de 2024 na Amazônia trouxe à tona aspectos históricos brasileiros abafados pela grande mídia. Cabe destacar a labor ignorada de esforçados cientistas que agora viram confortada parte de seus trabalhos.
Com a diminuição do nível das águas, emergiram gravuras rupestres no sítio Caretas confirmando que a Amazônia albergou outrora civilizações que moravam em grandes aldeias em frente ao Encontro das Águas, como explicou o arqueólogo Filippo Stampanoni Bassi, segundo “Amazonia Real”.
É errôneo supor que os pobres e decadentes tribos indígenas que hoje apenas sobrevivem na extrema penúria sejam o modelo de organização social, política, econômica e cultural acorde com a floresta úmida amazônica.
Perto de Manaus foram encontradas grandes quantidades de fragmentos de cerâmica e gravuras rupestres, terras negras resultantes de um trabalho sistemático de adubação e agricultura inteligente.
Os petróglifos do afloramento rochoso em Lajes apresentam fortes semelhanças estilísticas com figuras em formato de cabeça que se encontram gravadas ao longo de numerosos pedrais ribeirinhos da Amazônia central.
Eles ocupam paredes extensas debaixo da água, o que torna complexos os estudos, mas ao mesmo tempo revelam uma mística até agora desconhecida.
Elas também desmentem os exageros ecologistas de uma Terra que aquece e seca. Pois ditos petróglifos não permitem negar que quando foram feitos há mais de mil anos, o nível dos rios atingia um nível mais baixo do que o atual.
Gravuras com o mesmo padrão do sítio Caretas, em Itacoatiara |
“A gente achava que devia ter uma época que era mais seca na Amazônia. Marta Cavallini encontrou coisas parecidas no rio Urubu e conseguiu fazer umas datações e a idade era de pouco mais de mil anos ou dois”, conta. Novas procuras científicas estão em andamento.
No bairro Colônia Antônio Aleixo de Manaus, na área Onze de Maio, em 2012 foi identificada uma urna funerária resgatada pelo arqueólogo Carlos Augusto Silva e levada para o laboratório de arqueologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Uma das imagens mais impressionantes do pedral foi identificada em 2020. Trata-se do desenho de um rebojo (palavra local para “redemoinho”) de rio, desenhado em um fragmento cerâmico.
Por sua vez, a mesma seca severa revelou outro tesouro histórico na região: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Construído no século XVIII, foi uma peça-chave para garantir o domínio de Portugal, e, portanto, do futuro Brasil, numa região disputada pela Espanha, registrou “G1”.
O forte que teve um papel estratégico desanimando expedições espanholas estava no fundo do rio, mas com o baixo nível atual das águas, as ruínas reapareceram.
O historiador Luiz Ataíde que dedicou 20 anos a estudar a região do Alto Solimões achou peças de louça e munições usadas pelos militares quando o forte ainda funcionava.
A conquista da área de fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru foi marcada pelo Tratado de Madri, em 1750, que garantiu a soberania da região ao governo português; e o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, onde a coroa espanhola pede de volta à Portugal da área territorial onde hoje se encontra a região do Alto Solimões.
Ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga |
Para honrar a coragem dos militares, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. Esse inclui canhões e outras peças da época, e pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, em Tabatinga.
A seca também permitiu recuperar dois canhões de bronze e uma bala de formato esférico, do forte que vigiava a atual tríplice fronteira com Santa Rosa, do Peru, e Letícia, da Colômbia.
A descoberta dos artefatos bélicos “foi por acaso, contou o cabo militar Alex Pontes, 29 anos. (...) Quando cheguei em uma ponta da praia, me deparei com o canhão”, contou.
Em novas buscas no terreno apareceu um segundo canhão parcialmente submerso e uma bala de canhão com formato esférico, também enterrada, noticiou “O Estado de S.Paulo”.
E põe-se a questão: o Forte São Francisco Xavier pode ter sido erigido embaixo da água ou foi inundado pelas águas do Solimões?
Da segunda hipótese, aliás que teria acontecido em 1932, se tira a conclusão de que historicamente existiram oscilações climáticas e geográficas pronunciadas, não havendo razão para o alarmismo ambientalista com as mudanças atuais.
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domingo, 1 de dezembro de 2024
“Exéquias religiosas” para animais: auge do ecologismo e do ateísmo
Altar na igreja de São Paulo onde serão velados animais mortos |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O setor de enterros de animais de estimação está crescendo: cada vez mais donos desejam uma despedida igualitária de seus animais de estimação. Os teólogos aggiornati também lidam com essa crença ecológica panteísta.
No estado alemão de Baden-Württenberg surgiu a primeira igreja na Alemanha para sepultamentos de animais, noticia Katholiche.de.
Onde até recentemente as pessoas cantavam e rezavam todos os domingos, a partir de agora Minka e Waldi serão sepultados com uma parodia de bênção do Altíssimo, ou melhor um sacrílego rito.
A primeira igreja funerária de animais da Alemanha surgiu na pequena igreja de São Paulo em Albstadt-Pfeffingen, Baden-Württemberg, Suábia.
Ellen Weinmann e Florian Düsterwald são os gerentes do cemitério de animais de Schönhalde e vinham observando uma mudança social na forma como se lida com os animais de estimação.
“Minka não é mais apenas o gato de casa que caça ratos”, diz Düsterwald. “Ela é um membro de pleno direito da família que, quando morre, é lamentada de forma semelhante a alguém próximo a ela.”
Enquanto a despedida dos parentes falecidos vai ficando um negócio ou um despacho da atrapalhação de um ‘velho’.
Cruz para um cachorro em Ferkinghof |
A pressão para enterrar animais de maneira cristã não é um despropósito nov. O teólogo protestante Thomas Klie, de Rostock, por exemplo, defende que os enterros de animais sejam um novo ato oficial da igreja bem de acordo com o ecologismo do pontificado de Francisco I.
Ele estaria interessado em desenvolver um rito reconfortante para o enterro de animais de estimação, explicou Klie em 2021 em evento sobre novos rituais fúnebres.
A cruz e o altar da Paulskirche darão lugar à fatia de árvore de um abeto prateado de 150 anos, sobre a qual os amigos de quatro patas falecidos serão futuramente dispostos para se despedirem.
O seu colega católico na teologia moral “verde” Michael Rosenberger, da Baixa Francónia, disse em entrevista que enterraria um animal de estimação a qualquer momento, se lhe fosse pedido. Os padres progressistas não estão assim tão dispostos para o enterro de um fiel.
Ellen Weinmann e Florian Düsterwald também querem isso e montam um cenário da cerimônia de despedida que depende da vontade dos clientes, explica Weinmann.
“Algumas pessoas simplesmente querem entregar o animal o mais rápido possível em meio ao luto, outras celebram um ritual de quatro horas com o Pai Nosso em aramaico, a língua de Jesus”.
Após o funeral, o animal é levado ao crematório do Schwäbisch Hall. As cinzas são então devolvidas aos proprietários em uma urna.
Só este ano, Weinmann e Düsterwald enterraram 600 animais – incluindo um cabrito e Charly e o papagaio balbuciante de Stuttgart.
O teólogo moral católico Michael Rosenberger, respondeu muito ecumenicamente que a Igreja não é nada contrária a esse igualitarismo fanático que acaba ensinando pelo rito que o animal também tem alma, ou que os humanos não a têm como os animais.
Pastores rezam em enterros de animais em Schönhalde Tierbestattungen |
E não hesita na blasfêmia de achar que Cristo também morreu por eles. As igrejas devem, portanto, superar sua atitude multissecular.
Na Alemanha, cerca de 120 cemitérios de animais foram criados nas últimas duas décadas. As igrejas devem reconhecer esse “sinal dos tempos” e afinar com ela como já fizeram com o socialismo e com a sociedade materialista.
Do ponto de vista do teólogo da Baixa Francônia escreve, as igrejas cristãs poderiam explorar elementos centrais, como o funeral tradicional, em tais celebrações, como a vela de Páscoa, a cruz, o rito da terra e a água benta.
No entanto, uma missa fúnebre na igreja deveria ser evitada, ao menos pelo momento, registrou KNA.
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