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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Fanatismo “verde” jogou economia alemã em crise que assusta o mundo

Angela Merkel aprovou a extinção das usinas nucleares
Governo aprovou o fim das usinas nucleares para cortar o 'aquecimento global' ...
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Empresas alemãs que são gigantes mundiais como Bosch e Mercedes Benz naufragam numa Alemanha onde o movimento ecologista desencadeou crise energética que faz temer uma desindustrialização.

O país enfrenta uma penúria energética que se infligiu a si próprio, enquanto China explora a depressão da indústria alemã que outrora dava o tom no mundo.

O modelo de negócios da Alemanha, diz Danyal Bayaz, ministro das Finanças do Estado de Baden-Württemberg, está “entrando em colapso”.

Especialmente as pequenas e médias empresas ficaram despreparadas. Conglomerados imensos como Volkswagen e Bosch vêm promovendo demissões em massa. Os sindicatos falam de “catástrofe”.

Ferozes regras fiscais levam a pontes enferrujadas, escolas decadentes e trens atrasados. Thyssenkrupp AG vai desligar 11 mil funcionários reduzindo sua força de trabalho no setor de aço de 27 mil para 16 mil pessoas.

Sem fornecimento estável de energia a Thyssenkrupp demitirá 11.000 operários
Sem fornecimento estável de energia a Thyssenkrupp demitirá 11.000 operários
A Thyssenkrupp Steel Europe (TKSE), sediada em Duisburg, reclama “medidas urgentes necessárias” enquanto recita a ladainha dos milhares de demissões, redução da produção, venda de partes do capital e fechamento de fábricas escaladas na própria Alemanha e até no Brasil.

A Volkswagen, a maior montadora de automóveis da Europa, anunciou fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, demitir 31.000 funcionários e reduzir as unidades fabris restantes no país. Poderia vender uma para a China, numa venta humilhante.

É o primer fechamento de uma de sus fábricas em 87 anos de história, nem mesmo as guerras mundiais fizeram tanto estrago. A Bosch planeja cortar 5,5 mil empregos, informa a “Deutsche Welle”.

A Alemanha que no ano passado era a terceira maior economia do mundo, está colhendo os frutos de uma política demencial para “salvar o planeta”. É inacreditável mas já vinha sendo anunciada a irracionalidade “verde” que tomou conta há anos do governo alemão.

Esse resolveu aplicar a exigência da “Agenda 2030” da ONU contra o aquecimento global e mandou arrasar as centrais nucleares.

A falta de energia decorrente deveria ser substituída pelas “energias alternativas” notadamente a eólica e a solar.

Mas essas são caras, inestáveis e criam cortes insustentáveis para a indústria. Acresce que os cidadãos não suportam a multiplicação das contas de luz na ordem de 400%.

Anúncio da demissões em massa na Volkswagen gerou terremoto social
Anúncio da demissões em massa na Volkswagen gerou terremoto social
A ilusão de “salvar o planeta” para diminuir o “aquecimento global” sonhou de olhos abertos com o gás russo. Mas, após a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin em 2022 rasgou a fantasia.

A energia custa quase o dobro da França e desde 2018 vem caindo mais rapidamente do que em outras partes da UE, especialmente nos setores que requerem energia intensiva, como a siderurgia.

Os investimentos foram adiados ou transferidos para o exterior. O diretor-presidente da Thyssenkrupp disse que a Alemanha está “em plena desindustrialização”.

Até mesmo os varejistas foram atingidos, especialmente com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Acresce que faltam trabalhadores qualificados enquanto engrossam as camadas de burocracia comunitária em Bruxelas.

A China, então, ataca o gigante em decomposição. Nas décadas anteriores a Alemanha satisfazia o apetite chinês por seus carros, produtos químicos e widgets de engenharia de precisão.

Mas hoje as contas mudaram: as empresas chinesas viraram concorrentes piranha que devoram a indústria automobilística alemã, e das pequenas e médias indústria.

Maior farmaceutica do mundo desafia o apagar de luzes, mas se prepara para cortes históricos
Maior farmacêutica mundial desafia o apagar de luzes, mas prepara cortes históricos
Exemplos paradigmáticos desta carnificina industrial acontecem entre as montadoras e nas fábricas de produtos químicos.

A China joga uma produção excessiva de produtos subsidiados pelo governo comunista contra os quais as empresas alemãs que agem na legalidade.

O Estado na China fornece níveis irracionais de financiamento que afunda a solvência de grande parte da indústria alemã, enforcada pelo estatismo da União Europeia e o delírio da “Agenda 2030”.

Trump ameaça piorar o quadro com novas tarifas sobre os produtos europeus.

Grandes da indústria alemã como a Volkswagen e a BMW acham que a solução é dobrar a aposta e investir mais na China. Mas há lobbies alemães que querem punir a China com restrições comerciais porque apoia o esforço bélico da Rússia.

O fato é que a produtividade da Alemanha já está em queda. Alguns como o Deutsche Bank pretendem fazer prevalecer a “qualidade acima da quantidade”.

Protestos sindicais contra fechamento de fábricas da Volks
Protestos sindicais contra fechamento de fábricas da Volks

Isso será válido em alguns setores, mas no geral dificilmente poderá compensar as perdas. As indústrias intensivas em energia não crescem há duas décadas. 

O setor automotivo segue perdendo empregos, e uma reversão parece improvável.

A globalização estagnou, e voltar para o velho modelo que fez a grandeza industrial alemã não funciona mais.

O setor público da Alemanha virou um dinossauro inassimilável. Além disso, novos fundos terão de ser aplicados na indústria bélica que já atingiram o 2% do PIB. Reformas do modelo devem passar pelo Legislativo, mas este se recusa a aprova-las.

Intensa propaganda 'verde' fez banir a energia nuclear e pos em crise a Alemanha
Intensa propaganda 'verde' fez banir a energia nuclear e pôs em crise a Alemanha
Thorsten Benner, diretor do Instituto de Política Pública Global de Berlim, diz que a Alemanha passou do “otimismo fácil” para uma “armadilha de melancolia” em que políticas erradas, o super-crescimento da burocracia e a desconfiança pública se reforçam mutuamente.

O clima se tornou desanimador conduzido ao precipício por mitologias utópicas de “políticas verdes”, a sombra da guerra europeia, o controle da natalidade e o monstruoso poder burocrático da UE sedeado em Bruxelas.


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