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Governo aprovou o fim das usinas nucleares para cortar o 'aquecimento global' ... |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Empresas alemãs que são gigantes mundiais como Bosch e Mercedes Benz naufragam numa Alemanha onde o movimento ecologista desencadeou crise energética que faz temer uma desindustrialização.
O país enfrenta uma penúria energética que se infligiu a si próprio, enquanto China explora a depressão da indústria alemã que outrora dava o tom no mundo.
O modelo de negócios da Alemanha, diz Danyal Bayaz, ministro das Finanças do Estado de Baden-Württemberg, está “entrando em colapso”.
Especialmente as pequenas e médias empresas ficaram despreparadas. Conglomerados imensos como Volkswagen e Bosch vêm promovendo demissões em massa. Os sindicatos falam de “catástrofe”.
Ferozes regras fiscais levam a pontes enferrujadas, escolas decadentes e trens atrasados. Thyssenkrupp AG vai desligar 11 mil funcionários reduzindo sua força de trabalho no setor de aço de 27 mil para 16 mil pessoas.
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Sem fornecimento estável de energia a Thyssenkrupp demitirá 11.000 operários |
A Volkswagen, a maior montadora de automóveis da Europa, anunciou fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, demitir 31.000 funcionários e reduzir as unidades fabris restantes no país. Poderia vender uma para a China, numa venta humilhante.
É o primer fechamento de uma de sus fábricas em 87 anos de história, nem mesmo as guerras mundiais fizeram tanto estrago. A Bosch planeja cortar 5,5 mil empregos, informa a “Deutsche Welle”.
A Alemanha que no ano passado era a terceira maior economia do mundo, está colhendo os frutos de uma política demencial para “salvar o planeta”. É inacreditável mas já vinha sendo anunciada a irracionalidade “verde” que tomou conta há anos do governo alemão.
Esse resolveu aplicar a exigência da “Agenda 2030” da ONU contra o aquecimento global e mandou arrasar as centrais nucleares.
A falta de energia decorrente deveria ser substituída pelas “energias alternativas” notadamente a eólica e a solar.
Mas essas são caras, inestáveis e criam cortes insustentáveis para a indústria. Acresce que os cidadãos não suportam a multiplicação das contas de luz na ordem de 400%.
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Anúncio da demissões em massa na Volkswagen gerou terremoto social |
A energia custa quase o dobro da França e desde 2018 vem caindo mais rapidamente do que em outras partes da UE, especialmente nos setores que requerem energia intensiva, como a siderurgia.
Os investimentos foram adiados ou transferidos para o exterior. O diretor-presidente da Thyssenkrupp disse que a Alemanha está “em plena desindustrialização”.
Até mesmo os varejistas foram atingidos, especialmente com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Acresce que faltam trabalhadores qualificados enquanto engrossam as camadas de burocracia comunitária em Bruxelas.
A China, então, ataca o gigante em decomposição. Nas décadas anteriores a Alemanha satisfazia o apetite chinês por seus carros, produtos químicos e widgets de engenharia de precisão.
Mas hoje as contas mudaram: as empresas chinesas viraram concorrentes piranha que devoram a indústria automobilística alemã, e das pequenas e médias indústria.
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Maior farmacêutica mundial desafia o apagar de luzes, mas prepara cortes históricos |
A China joga uma produção excessiva de produtos subsidiados pelo governo comunista contra os quais as empresas alemãs que agem na legalidade.
O Estado na China fornece níveis irracionais de financiamento que afunda a solvência de grande parte da indústria alemã, enforcada pelo estatismo da União Europeia e o delírio da “Agenda 2030”.
Trump ameaça piorar o quadro com novas tarifas sobre os produtos europeus.
Grandes da indústria alemã como a Volkswagen e a BMW acham que a solução é dobrar a aposta e investir mais na China. Mas há lobbies alemães que querem punir a China com restrições comerciais porque apoia o esforço bélico da Rússia.
O fato é que a produtividade da Alemanha já está em queda. Alguns como o Deutsche Bank pretendem fazer prevalecer a “qualidade acima da quantidade”.
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Protestos sindicais contra fechamento de fábricas da Volks |
Isso será válido em alguns setores, mas no geral dificilmente poderá compensar as perdas. As indústrias intensivas em energia não crescem há duas décadas.
O setor automotivo segue perdendo empregos, e uma reversão parece improvável.
A globalização estagnou, e voltar para o velho modelo que fez a grandeza industrial alemã não funciona mais.
O setor público da Alemanha virou um dinossauro inassimilável. Além disso, novos fundos terão de ser aplicados na indústria bélica que já atingiram o 2% do PIB. Reformas do modelo devem passar pelo Legislativo, mas este se recusa a aprova-las.
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Intensa propaganda 'verde' fez banir a energia nuclear e pôs em crise a Alemanha |
O clima se tornou desanimador conduzido ao precipício por mitologias utópicas de “políticas verdes”, a sombra da guerra europeia, o controle da natalidade e o monstruoso poder burocrático da UE sedeado em Bruxelas.
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