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domingo, 27 de outubro de 2024

Saara fertiliza o Atlântico e terras tropicais americanas

Ventos com elementos fertilizadores vindos do Saara
Ventos com elementos fertilizadores vindos do Saara
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A vida nos oceanos depende de uma fonte inesperada: a poeira do deserto do Saara que, carregada pelos ventos por longas distâncias, alimenta a vida marinha, escreveu “Veja”.

Cientistas descobriram que quanto mais essa poeira viaja, mais ela libera ferro, um nutriente essencial que impulsiona o crescimento de organismos microscópicos no oceano, como o fitoplâncton.

O ferro é indispensável para a sobrevivência de diversos organismos, e é fundamental para a respiração e a fotossíntese. No oceano ele é escasso, o que limita o crescimento de organismos essenciais, como o fitoplâncton.

A maior parte do ferro que chega ao oceano vem de rios, geleiras e, eis a surpresa para os homens modernos, especialmente do vento que carrega poeira de lugares como o Saara.

Nem todo o ferro contido nessa poeira está imediatamente disponível para os organismos marinhos.

Mas estudo liderado por cientistas dos EUA mostrou que à medida que a poeira viaja pela atmosfera, processos químicos tornam o ferro mais “biorreativo”, ou seja, mais facilmente assimilável pelos seres vivos.

As amostras foram extraídas em diferentes distâncias do corredor de poeira que vai do Saara até o Atlântico, abrangendo locais que variam de 200 km da costa da África até a costa leste dos EUA.

Em outro post reproduzimos a importância da poeira do deserto como fertilizante para a Amazônia: Amazônia: estonteante dependência do Saara.

Cientistas acompanham no dia a dia os efeitos dos ventos do Saara
Cientistas acompanham no dia a dia os efeitos dos ventos do Saara
Neste estudo, usando amostras de sedimentos do fundo do Atlântico, acumuladas em milhares de anos, os pesquisadores mediram o quanto do ferro das amostras era “biorreativo”.

Quanto mais longe da fonte de poeira, maior a quantidade de ferro que se torna disponível para a vida. Os processos atmosféricos transformam o ferro em formas mais solúveis e, portanto, mais úteis para os organismos.

Assim, o ferro que chega, por exemplo, à Bacia Amazônica ou às águas das Bahamas, tem uma alta chance de ser absorvido antes de se depositar no fundo do oceano.

A pesquisa publicada na Frontiers in Marine Science, sugere que a poeira do Saara desempenha um papel crítico na fertilização dos oceanos e dos ecossistemas terrestres.

“O ferro transportado parece estimular processos biológicos, assim como a fertilização artificial pode impactar a vida nos oceanos e continentes”, explicou o professor Timothy Lyons, da Universidade da Califórnia, coautor do estudo.

Isso significa que as tempestades de poeira no Saara têm um impacto significativo na saúde do nosso planeta.

NASA vem estudando o efeito fertilizante dos ventos do Saara sobre Atlántico e Amazônia
NASA vem estudando o efeito fertilizante dos ventos do Saara
no Atlântico e na Amazônia
À medida que essas tempestades aumentam o papel do ferro de um modo vital para pode se prever como os ecossistemas marinhos responderão às mudanças futuras.

A pesquisa revela que o nosso planeta é interligado patenteando como a poeira que atravessa oceanos e continentes desde o distante deserto do Saara sustenta a vida em locais distantes.

Essa transferência de nutrientes destaca a importância de fenômenos naturais em escalas globais, e como eles influenciam diretamente o meio ambiente e, por fim, o clima da Terra, de modo mais relevante que seu aspecto de fenômeno meteorológico.

A poeira do deserto é um elo essencial que mantém o equilíbrio da vida no planeta.

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