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domingo, 24 de setembro de 2023

Parque eólico causa depressão, insônia, surdez, destroi a vida e produção dos mais pobres

Parques eólicos destroem plantações, criação de animais e forçam agricultores para êxodo rural
Parques eólicos destroem plantações, criação de animais e forçam agricultores para êxodo rural
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Em Caetés, cidade de 28 mil habitantes a 245 km do Recife, local de nascimento do presidente Lula da Silva, a energia eólica virou o maior problema, segundo reportagem da BBC News Brasil.

Em 2014, foram instalados dois parques de geração de energia com 220 torres nas comunidades rurais de Sobradinho e Pau Ferro, agreste de Pernambuco,.

Eles se transformaram numa tortura para 120 famílias de pequenos agricultores que vivem bem perto delas sofrendo o barulho alto e ininterrupto dos aerogeradores em uma área acostumada ao silêncio da roça e ao som dos animais da caatinga.

Vocês venham morar debaixo delas para você ver o barulho por 24 horas, dia e noite. É esse zupo, zupo, zupo… Precisa a pessoa ser forte, forte de Deus, não é de carne e feijão, não”, diz Acácio Noronha, que vive num sítio de um hectare desde que nasceu, há 64 anos.

Os moradores relataram à BBC News Brasil que as torres fomentam ansiedade, insônia e depressão. Também falam dos sustos causados pelas sombra das hélices, divisão de famílias e a saída forçada de suas fazendas.

As duas comunidades ficam a cerca de 10 km da réplica da casa de Dona Lindu, mãe de Lula, em Caetés, onde o presidente nasceu. Em Caetés fala-se bastante dele em tom de preocupação.

Há mais de 1.000 desses parques no Brasil.

Moradores de Sobradinho e Pau Ferro estão viajando a cidades do Nordeste para apresentar sua experiência e convencer agricultores a não cederem suas terras, enquanto moradores de outros municípios vão a Caetés para ouvir os relatos.

Os moradores de Borborema, na Paraíba, desistiram de ceder suas terras para a instalação de parques na cidade e a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) reconhece os problemas de Caetés.

'Quando chegou o aerogerador, a vida ficou insuportável”
'Quando chegou o aerogerador, a vida ficou insuportável”
Acácio Noronha que mora em três cômodos a 150 metros de quatro torres descreve: “você não dorme, não tem aquele prazer de deitar e descansar. Quando cochila, acorda assustado, achando que ela vai cair. Tem hora que parece um apito, cachorro latindo, um avião que nunca decola”.

Numa casa rodeada por aerogeradores, Edna Pereira, de 44 anos, diz tomar quatro remédios para dormir, além de outros para controlar a ansiedade e a dor de cabeça.

“Os médicos estão aumentando os miligramas. O remédio para dor de cabeça era de 25 miligramas, agora é de 100. O para ansiedade era de 10, agora é de 150. O remédio para dormir era só um, agora são quatro. E, mesmo assim, não consigo dormir”, diz ela segurando uma caixa de medicamentos.

“O barulho delas fica dentro do meu ouvido. Posso ir para onde eu for, que o barulho fica no meu ouvido. Não sai, não sai”, acrescentou à BBC News Brasil.

Wanessa Gomes, professora de Saúde Coletiva da Universidade de Pernambuco (UPE), explica que ela e seus orientandos da pós-graduação iniciaram uma pesquisa, além de uma residência médica, para medir o impacto das torres na saúde da comunidade e narra:

“Há relatos fortes de que as pessoas não estão mais conseguindo ouvir como antes. Hoje mesmo, uma senhora contou que não dialoga mais com o filho dentro de casa, porque não consegue mais escutá-lo. E ela tem 52 anos”.

Alguns apontam para a relação entre ruídos, insônia e perda auditiva. E o problema é mundial. Na Holanda, alguns pesquisadores acham que os ruídos não causam problemas de saúde mental, mas, outro grupo de cientistas contesta essa conclusão, afirmando que há muitos indícios de prejuízos à saúde, além de apontar que a pesquisa inicial havia sido bancada por empresas de energia eólica.

Edna Pereira mostra as caixas dos remédios que usa continuamente
Edna Pereira mostra as caixas dos remédios que usa continuamente
Após uma série de protestos, o Conselho de Estado da Holanda suspendeu a construção de um parque eólico e solicitou mais estudos sobre os efeitos na saúde mental das pessoas que vivem a cerca de 600 metros das torres.

No Brasil, a executiva Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), reconhece os problemas de Caetés que passaram pela mão de várias empresas e são antigos mas não há certeza de que as novas tecnologias afastem a causa dos danos à saúde e ao relacionamento social.

A empresa Echoenergia que assumiu Pau Ferro em 2017, realizou estudos na região e defende a “pressão sonora” das torres.

O prefeito de Caetés, Nivaldo Martins (Republicanos) tem o gabinete decorado com imagens de torres eólicas, e acha que trazem mais benefícios à prefeitura do que problemas especialmente pecuniários.

Mas Simão Salgado, de 74 anos, teve que deixar seu sítio porque não conseguiu mais viver perto das torres.

“A gente vivia com muita tranquilidade, minha propriedade era referência em agricultura familiar e na preservação da caatinga. Com a chegada dos parques, a gente deixou de receber visitas, de produzir, e ultimamente, tive que me afastar”. Minha mulher teve um sério problema de saúde, entrou em uma depressão, em uma ansiedade… Não tive escolha.”

Os parques de energia eólica estão piorando a vida das famílias de agricultores no agreste
Os parques de energia eólica estão piorando a vida das famílias de agricultores no agreste
Para Simão, o afastamento impactou sua noção de identidade. “Eu me identificava como agricultor, trabalhador e produtor do semiárido. Hoje, sinto uma tristeza muito grande.”

Seu filho, José Salgado, de 41 anos, que resolveu ficar cercado por 11 torres está mudando de ideia.

“Comecei com remédios para dormir, mas desisti porque não queria ficar viciado”, explica.

Em Sobradinho, há casos de famílias que nunca mais se falaram depois da instalação dos parques: uma parte saiu da roça com o dinheiro, enquanto a outra, que ocupa o terreno ao lado, sofre as consequências dessa escolha.

o medo das torres afeta essas famílias até na hora de plantar.

“Funcionários da manutenção nos disseram que há cabos elétricos no solo e que há risco de descargas elétricas. Então, a gente não planta mais como antes”, diz Roselma Oliveira, de 35 anos, que se tornou a principal liderança dos agricultores de Sobradinho.

O antropólogo Alexandre Gomes Vieira, de 30 anos, também registra acidentes, envolvendo pássaros nativos da caatinga que se chocam contra as torres.

“Constatamos que muitas aves, como gaviões, águias e codornas são atraídas pelas hélices e acabam colidindo com as torres, diminuindo a incidência de espécies que já são raras. Os agricultores relatam que não ouvem mais o canto de alguns pássaros, como o acauã e a mãe da Lua, que têm uma simbologia religiosa”, explica.

A sombra das torres pode aparecer como miniatura ou com vários metros
A sombra das torres pode aparecer como miniatura ou com vários metros
A "resta", como os agricultores chamam a sombra das torres, piora a ansiedade deles, provoca sustos e deixa os animais inquietos.


Acácio Noronha explica: “estou deitado de manhã, tentando dormir, aí vejo um vulto assim. Olha ela ali de novo...”, diz.

Se o presidente aparecesse em Sobradinho, Acácio lhe diria: “se eu não estivesse muito emocionado e nervoso como estou agora, eu só diria assim: ‘Homem, dê um jeito de tirar nós. Nós, a população da nossa comunidade, estamos debaixo dessas torres'”, recolheu a BBC News Brasil.






domingo, 10 de setembro de 2023

Ambientalismo insensível defende ursos que matam humanos

Ursa assassina defendida por ecologistas
Ursa assassina defendida por ecologistas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Há pouco mais de duas décadas apenas cinco ursos-pardos-europeus viviam na simpática e acolhedora região de Trentino. Até que apareceram uns autoproclamados conservacionistas clamando que as feras iriam se extinguir.

Resultado: a partir de 1999 um projeto financiado pela União Europeia começou a soltar ursos eslovenos. Desde que foram trazidos multiplicaram-se 20 vezes em ambiente tão favorável, descreveu “O Estado de S.Paulo”.

E como os ursos não têm predadores naturais, em contato com humanos fizeram o que eles sabem fazer: matá-los.

Foi o caso de Andrea Papi, 26 anos, um homem que treinava no bosque de sua cidade, Caldes, quando lhe aconteceu o que era razoavelmente temível, mas “inimaginável” para os que acham que os animais ferozes bem tratados ficam “bonzinhos”.

Uma ursa-parda-europeia adulta, conhecida pelas autoridades por seu histórico de violência contra humanos, o atacou e o matou.

Logo depois do derramamento de sangue humano ecologistas defensores dos “direitos dos animais” se assanharam contra o governador de Trentino porque mandou sacrificar a tiros o animal assassino, junto com mais três ursos “problemáticos”.

A ursa JJ4, ou 'Gaia', mata e ecologistas defendem
A ursa JJ4, ou 'Gaia', mata e ecologistas defendem
O caso chegou a um tribunal da capital, Roma, que ofereceu à ursa matadora de Papi um “indulto temporário”.

Os idílicos defensores dos “direitos dos animais” comemoraram porque diziam querer levar a ursa que tinha se acostumado com o sangue humano (para estes não há “direitos”) para um santuário na Romênia.

A corte achou que abater a ursa, marcada JJ4 mas que os ecologistas chamam de “Gaia”, seria “desproporcional”, citando um tratado de 1979 que proíbe matar animais selvagens desnecessariamente, segundo noticiou a Reuters.

Como se não fossem necessário proteger as vidas dos humanos e que o mata-mata do animal feroz não devesse ter um limite.

“É uma sentença que não tem nenhum respeito pelo nosso território”, disse o governador de Trentino, Maurizio Fugatti, em resposta à decisão judicial.

Ele afirmou que a ordem do tribunal o fez se perguntar se a Justiça valoriza mais a vida humana ou a de um animal.

A ursa foi capturada e transportada ao confinamento em um veículo seguro.

Os defensores dos “direitos dos animais” comemoraram como uma vitória conservacionistas de pouco sensíveis à vida dos homens.

Até a noiva do corredor, Alessia Gregori, defendeu no Facebook, a “boa” ursa dizendo: “O urso fez o que o instinto lhe mandou e o animal certamente não tem culpa”, escreveu.

Mas o governador não julgou com base numa “culpa” que, aliás, o animal não pode ter pois não tem alma. Mas pensou nas próximas vítimas que podem vir com esse animal feroz solto.

Nesse caso a culpa deveria ser posta naqueles que o deixaram matar segundo seu instinto já sabidamente propenso a matar seres humanos.

Andrea Papi era corredor e trinava na floresta
Andrea Papi era corredor e trinava na floresta
O grupo italiano LAV disse pretende impedir a transferência da ursa para a Romênia onde teria um refúgio em que ela poderá viver o restante de sua vida em paz.

O medo paira sobre Trentino, outrora sossegado: o que fazer com o crescente número de ursos-pardos-europeus que vagueiam pela região e que nos anos recentes cometeram uma série de ataques contra humanos?

No mês de março (2023) anterior à morte de Papi, um outro urso já tinha atacado um homem perto da Comuna de Malè, causando-lhe ferimentos nos braços e na cabeça.

Em 2020, a ursa da polemica também fez uma série de ataques não fatais, incluindo contra dois homens que escalavam o Monte Peller, nas Dolomitas.

A associação ecologista de financiamento internacional WWF Itália criticou os políticos por sua campanha “demagógica” contra os ursos.

Só faltou apelar a que sigam atacando e matando se isso lhes dá na telha (pois animal têm inteligência, segundo o Corão do ecologismo radical).