Ursa assassina defendida por ecologistas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há pouco mais de duas décadas apenas cinco ursos-pardos-europeus viviam na simpática e acolhedora região de Trentino. Até que apareceram uns autoproclamados conservacionistas clamando que as feras iriam se extinguir.
Resultado: a partir de 1999 um projeto financiado pela União Europeia começou a soltar ursos eslovenos. Desde que foram trazidos multiplicaram-se 20 vezes em ambiente tão favorável, descreveu “O Estado de S.Paulo”.
E como os ursos não têm predadores naturais, em contato com humanos fizeram o que eles sabem fazer: matá-los.
Foi o caso de Andrea Papi, 26 anos, um homem que treinava no bosque de sua cidade, Caldes, quando lhe aconteceu o que era razoavelmente temível, mas “inimaginável” para os que acham que os animais ferozes bem tratados ficam “bonzinhos”.
Uma ursa-parda-europeia adulta, conhecida pelas autoridades por seu histórico de violência contra humanos, o atacou e o matou.
Logo depois do derramamento de sangue humano ecologistas defensores dos “direitos dos animais” se assanharam contra o governador de Trentino porque mandou sacrificar a tiros o animal assassino, junto com mais três ursos “problemáticos”.
A ursa JJ4, ou 'Gaia', mata e ecologistas defendem |
Os idílicos defensores dos “direitos dos animais” comemoraram porque diziam querer levar a ursa que tinha se acostumado com o sangue humano (para estes não há “direitos”) para um santuário na Romênia.
A corte achou que abater a ursa, marcada JJ4 mas que os ecologistas chamam de “Gaia”, seria “desproporcional”, citando um tratado de 1979 que proíbe matar animais selvagens desnecessariamente, segundo noticiou a Reuters.
Como se não fossem necessário proteger as vidas dos humanos e que o mata-mata do animal feroz não devesse ter um limite.
“É uma sentença que não tem nenhum respeito pelo nosso território”, disse o governador de Trentino, Maurizio Fugatti, em resposta à decisão judicial.
Ele afirmou que a ordem do tribunal o fez se perguntar se a Justiça valoriza mais a vida humana ou a de um animal.
A ursa foi capturada e transportada ao confinamento em um veículo seguro.
Os defensores dos “direitos dos animais” comemoraram como uma vitória conservacionistas de pouco sensíveis à vida dos homens.
Até a noiva do corredor, Alessia Gregori, defendeu no Facebook, a “boa” ursa dizendo: “O urso fez o que o instinto lhe mandou e o animal certamente não tem culpa”, escreveu.
Mas o governador não julgou com base numa “culpa” que, aliás, o animal não pode ter pois não tem alma. Mas pensou nas próximas vítimas que podem vir com esse animal feroz solto.
Nesse caso a culpa deveria ser posta naqueles que o deixaram matar segundo seu instinto já sabidamente propenso a matar seres humanos.
Andrea Papi era corredor e trinava na floresta |
O medo paira sobre Trentino, outrora sossegado: o que fazer com o crescente número de ursos-pardos-europeus que vagueiam pela região e que nos anos recentes cometeram uma série de ataques contra humanos?
No mês de março (2023) anterior à morte de Papi, um outro urso já tinha atacado um homem perto da Comuna de Malè, causando-lhe ferimentos nos braços e na cabeça.
Em 2020, a ursa da polemica também fez uma série de ataques não fatais, incluindo contra dois homens que escalavam o Monte Peller, nas Dolomitas.
A associação ecologista de financiamento internacional WWF Itália criticou os políticos por sua campanha “demagógica” contra os ursos.
Só faltou apelar a que sigam atacando e matando se isso lhes dá na telha (pois animal têm inteligência, segundo o Corão do ecologismo radical).
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