Para atualizações gratis via email: DIGITE SEU EMAIL:

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Viajando em trem ecologicamente correto;
e comunista também.
Uma “profecia do futuro mundo verde"

Cuba de trem é a experiência da miséria ao vivo.
Cuba de trem é a experiência da miséria ao vivo.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





As primeiras ferrovias – de luxo, aliás – da América Latina, foram as de Cuba. Hoje elas constituem a forma mais lenta de transporte na ilha, o que não é dizer pouco.

Viajar de Havana a Santiago de Cuba – mais ou menos de uma extremidade a outra da ilha ou 765 quilômetros – leva em média 15 horas, caso o trem não quebre, fato muito comum.

Um jornalista do “Clarín” de Buenos Aires ousou a aventura e publicou os resultados.

As cabras pastam junto aos trilhos, obrigando as locomotivas a frear para não atropelá-las. Carros de antigas marcas americanas e caindo aos pedaços fazem fila nos cruzamentos, aguardando passar os vagões, que podem atrasar horas.

Conduzir um trem exige muita habilidade, quando funciona.
Conduzir um trem exige muita habilidade, quando funciona.
Charretes puxadas a cavalo atravessam os trilhos após o chacoalhante comboio passar. Um tanque russo jaz abandonado sobre um carregador em alguma parte do percurso.

Aqueles mesmos trilhos transportavam toneladas de açúcar da outrora pletórica indústria cubana hoje reduzida a frangalhos. Em compensação, um jovem sobe no vagão, levando cabras para vender no mercado negro em Havana.

Para modernizar o sistema, o governo procura velhos equipamentos compatíveis com os modelos soviéticos.

Mas o roubo e o descaso dos funcionários garantem que o sistema continue tão péssimo como antes das “melhoras”.

De Havana a Santiago há um trem com ar condicionado, mas está quebrado e sem previsão de voltar a funcionar.

As famílias não têm outra opção senão se resignar. Não há outra via nem dinheiro para pagar “por fora”.

As ferrovias estão integradas com a rede de transporte público.
As ferrovias estão integradas com a rede de transporte público.
Entretanto, aqueles vagões outrora foram de luxo. No século XIX, a aristocracia cubana assumiu a tarefa de construir as ferrovias para escoar a magnífica produção de açúcar de suas excelentes fazendas, hoje arruinadas pela reforma agrária.

Os trens da era aristocrática tinham vagões-restaurante e serviços de luxo, por vezes mais exigentes que seus símiles europeus.

Na atualidade, a chance de um refrigerante é representada por camelôs nos cais das múltiplas paradas, para quem puder pagar.

No século XIX, a rede ferroviária cubana chegou a ter 9.000 quilômetros (5.600 milhas) de extensão e percorria toda a ilha, até que o socialismo do século XX se encarregou de escangalhá-la.

Mas a propaganda do regime faz questão de sublinhar esses “títulos de nobreza” para o exterior, sem mencionar o quanto ele os espezinhou.

Um enferrujado tanque soviético ameniza o panorama.
Um enferrujado tanque soviético ameniza o panorama.
Para os turistas, funciona uma linha especial unindo a capital cubana ao povoado de Hershey, na província de Matanzas, onde os guias exibem uma enferrujada fábrica de chocolate que há muito deixou de funcionar.

Os turistas pagam menos de 50 centavos de dólar pelo passeio.

Entre Santiago e Havana, os cubanos pagam pouco mais de um dólar e podem transportar as coisas mais incríveis, sem garantia de chegar bem. Para os estrangeiros o preço é 30 dólares.

A miséria cubana costumava ser atribuída pelo regime ao embargo americano. Hoje a propaganda a está transformando numa realização ecológica: um sucesso do modelo anticapitalista que não aquece o planeta.

Nessa nova visualização, Fidel Castro vai assumindo os ares de um patriarca e profeta do futuro mundo verde.








segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Fukushima: o pânico verde causou 1.600 mortes,
a radiação nenhuma

A imprudente mudança de doentes de hospitais causou muitas mortes.
A imprudente mudança de doentes de hospitais causou muitas mortes.
Luis Dufaur





O pânico gerado por informações alarmistas durante o acidente nuclear em Fukushima em 2011, no Japão, foi talvez o maior causador de vítimas mortais das últimas décadas, noticiou a “Folha de S.Paulo”.

Um dos maiores tsunamis da História devastou as costas japonesas voltadas para o Levante, atingindo em 11 de março uma velha usina atômica de tecnologia há décadas superada, mas ainda em funcionamento: Fukushima.

A usina nuclear sofreu uma avaria no seu sistema de refrigeração e temeu-se uma explosão de grandes proporções, que felizmente não se concretizou.

O temor causado pela ocorrência, entrementes, foi explorado aberta ou sorrateiramente pela propaganda verde pela multiplicação dos danos humanos reais.