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Procura por carros elétricos, após surto de novidade, está tendo forte queda |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
As empresas de petróleo e gás há quatro anos assumiram compromissos espalhafatosos rumo à energia renovável.
Na época, a pandemia se instalava e as petrolíferas sofriam uma hemorragia de dinheiro, segundo consultora em energia Wood Mackenzie, citada por reportagem de “O Estado de S.Paulo”.
A energia renovável parecia um negócio melhor do que petróleo e gás e as empresas se reconvertiam às energias alternativas em troca de favores governamentais, créditos e descontos.
Porém em pouco tempo as ações das empresas de petróleo e gás que adotaram as energias eólica, solar e outras, como o carregamento de veículos elétricos caíram cerca de 19% em Londres.
O mercado renovou sua demanda por combustíveis fósseis e não ligou para os cientistas que falavam em riscos de ondas de calor mortais, incêndios florestais, secas, tempestades e extinção de espécies que soavam a exageros midiáticos.
A eleição de Donald Trump, que descreveu o aquecimento global como uma farsa, aumentou o otimismo pelo petróleo e pelo gás como combustíveis. Na Argentina, o aplaudido presidente Javier Milei lhe fez coro.
“O mercado tem enviado um sinal muito claro de que deseja que as empresas de energia se concentrem em suas competências essenciais”, disse Mark Viviano, sócio-gerente da Kimmeridge, uma empresa de investimentos em energia com sede em Denver e Nova York.
Em 2020, a BP se comprometeu a reduzir sua produção de petróleo e gás em 40% até o final da década. Menos de três anos depois, ela voltou atrás e retornou aos combustíveis fósseis.
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Ford saiu na frente, mas logo renunciou diante das perdas |
A Shell suavizou ou descartou algumas de suas metas de redução de emissões, e reduziu as expectativas de crescimento de seu negócio de energia renovável.
Disse recentemente Wael Sawan, executivo-chefe da Shell, a analistas: “por isso, estamos nos afastando.”
Nos EUA, os investidores deixaram de questionar regularmente os executivos do setor de petróleo e gás sobre seus planos de transição energética.
E passaram a se concentrar em projetos com maior probabilidade de elevar os resultados financeiros em breve, vendo que haviam optado pelo mau caminho.
“Algumas pessoas se precipitaram e seguiram caminhos que acabaram sendo, eu diria, devastadores em seus resultados”, disse Toby Rice, executivo-chefe de uma produtora de gás natural de Pittsburgh, a EQT, em uma entrevista.
“Agora eles voltaram ao centro.”
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