Aumentaram as chuvas na floresta Amazônica até por causa do aquecimento |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há um bombardeio informativo com o objetivo mal velado de enfiar nos leitores a ideia de que uma não demonstrada “mudança climática” catastrófica atribuível à civilização e ao ser humano que entre outras desgraças incomensuráveis estaria secando a floresta amazônica.
Mais ainda a estaria levando-a a um “ponto de inflexão”, após o qual se tornará irreversivelmente uma savana de pastagem se perdendo definitivamente suas riquezas naturais únicas.
Mas isso não está acontecendo, observa “Climate Realism”.
Entre os mais recentes – na realidade esse pânico enganador é renovado dia após dia pela grande mídia – está um artigo do “The Guardian” do Reino Unido.
A CNN Brasil ecoou o mesmo trabalho. E ainda poderíamos citar muitos outros exemplos arroupados em demonstrações científicas ou pretensas tais.
Aumenta a chuva e não a seca na floresta amazônica |
Grande parte da Amazônia pode estar prestes a perder sua natureza distinta e mudar de uma floresta tropical fechada para uma savana aberta com muito menos árvores como resultado da crise climática, alertaram os pesquisadores.
Qualquer mudança de floresta tropical para savana ainda levaria décadas para ter efeito total, mas, uma vez em andamento, o processo é difícil de reverter.
As florestas tropicais suportam uma variedade muito maior de espécies do que a savana e desempenham um papel muito maior na absorção de dióxido de carbono da atmosfera.
Partes da Amazônia estão recebendo muito menos chuva do que antes por causa da mudança climática.
A precipitação em cerca de 40% da floresta está agora em um nível em que se poderia esperar que a floresta tropical existisse como savana, de acordo com o estudo, liderado pelo Centro de Resiliência de Estocolmo, com base em modelos de computador e análise de dados.
O trabalho de “The Guardian” se remete a um dos tantos outros no mesmo sentido que afirmam que até 40% da floresta amazônica existente está agora em um ponto onde poderia existir como uma savana em vez de uma floresta tropical, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications.
Escolhemos, então, o artigo tendencioso do “The Guardian” como exemplo pois foi analisado e criticado por James Taylor, presidente do Instituto Heartland, especializado na refutação desses boatos ideológicos. Taylor também diretor do Arthur B. Robinson Center for Climate and Environmental Policy.
James Taylor, presidente do Instituto Heartland, e diretor do Arthur B. Robinson Center for Climate and Environmental Policy |
O especialista observa que o estudo da Nature Communications aplica previsões duvidosas de declínio das chuvas na Amazônia para poder dizer que essa se transformará em savana dentro de poucas décadas.
E desfaz a enganação: felizmente, os cientistas têm acesso a dados reais de precipitação que são mais confiáveis do que modelos especulativos usados pelos fautores de suposições duvidosas.
Os dados do mundo real mostram que a precipitação na Amazônia está aumentando, em vez de diminuir.
Em 2018, os cientistas publicaram um estudo no Environmental Research Letters, revisado por pares, examinando as tendências das chuvas na Amazônia.
Olhando especificamente para as chuvas durante a estação chuvosa da região, os pesquisadores relataram que “a precipitação na Amazônia tropical aumentou significativamente em ~ 180 a 600 mm (em diferentes conjuntos de dados) na estação chuvosa durante a era dos satélites de 1979 a 2015”.
É importante ressaltar que os cientistas determinaram que o aquecimento das temperaturas provocou mais chuvas.
“Os resultados mostram que o aquecimento multidecenal do Atlântico tropical contribuiu com mais da metade dessa mudança da precipitação nas últimas três décadas”, conclui o estudo do Environmental Research Letters.
Os dados claros e objetivos, no entanto, mostram que o aquecimento climático estimula as chuvas na floresta amazônica contrariando uma eventual tendência para a seca, conclui o presidente do Instituto Heartland.
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