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domingo, 13 de setembro de 2015

Ambientalismo na UE se assanha contra carros particulares

Exigências ambientalistas preparam o dia em que o carro será tido como um inimigo
Exigências ambientalistas preparam o dia
em que o carro será tido como um inimigo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A União Europeia (UE) fixou objetivos “ecologicamente corretos” a serem atingidos em 2025 em matéria de gazes de efeito estufa. Em vez de reagir com prudência diante da falta de bom senso das propostas ambientalistas, a UE se apressa em atacar os automóveis privados, apontando-os a dedo como os vilões culpados pelo mirabolante apocalipse climático.

O raciocínio parece copiado de Nicolás Maduro: a culpa é dos particulares que não cumprem as fantasias irrealizáveis do regime e então devem ser punidos.

Os ministros do Ambiente e dos Transportes da Holanda, Irlanda, Suécia e Finlândia pediram à Comissão Europeia novos objetivos mais radicais a serem estabelecidos no próximo ano.

O objetivo para 2021 é que os fabricantes de carros limitem a emissão a uma média de 95 g de CO2/km. Essa meta a priori é inatingível no prazo: em 2014, a média foi de 123,4 g de CO2/km, segundo a agência VoxEurop.

Mas os ministros insistem em mais dirigismo e mais punição dos “veículos particulares”. “Estes objetivos, acrescentam, são essenciais para desenvolver e melhorar os veículos elétricos, a hidrogênio e os híbridos recarregáveis”.

Vários países da União Europeia estão bem conscientes de que mesmo as metas ditas moderadas da UE são irrealistas e não será possível atingir em prazos tão exíguos 40% de redução das emissões de CO2 fixados pelos políticos.

A indústria de automóvel é refém da inviabilidade das metas ambientalistas. A Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA) afirmou que “existe um limite dentro do qual podemos melhorar do ponto de vista tecnológico [para reduzir as emissões] na indústria automóvel”.

Ciclistas em Kuonming, China. Mao Tsé Tung será tido como profeta das energias renováveis de origem humano?
Ciclistas em Kuonming, China. Mao Tsé Tung será tido
como profeta das energias renováveis de origem humano?
Os proprietários serão reeducados para “mudarem seu comportamento, antecipando a circulação, utilizando o acelerador de forma mais lenta e suave, levantando o pé com antecipação e nunca acelerando ao se aproximarem de um semáforo”.

Em tudo serão tratados como indivíduos em estado de minoridade, regidos por uma planificação ambientalista invasiva, minuciosa e estrita.

Se as metas inatingíveis não forem alcançadas, virão impostos pesados sobre o combustível, piores que os atuais, novas portarias ou profundas reformas do planejamento.

Os argumentos dos fabricantes não são considerados pelo fanatismo ambientalista, que exige mais e mais objetivos impossíveis de alcançar em períodos de irreal brevidade.

As opções para o futuro não virão com vareta mágica. Mas, para os ambientalistas, a realidade não interessa muito: trata-se de enforcar a propriedade privada e quebrar o impulso do progresso, apresentado como a súmula dos males.