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Missão salesiana de Taracuá, rio Uaupés, São Gabriel da Cachoeira |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
São Gabriel da Cachoeira é um simpático município brasileiro do estado de Amazonas, Região Norte do país, segundo a básica descrição da Wikipedia.
Malgrado sua remota e selvática situação, ele encarna todo ao contrário a luta de classes comuno-tribalista que anda sendo pregada com pretexto do próximo Sínodo Pan-amazônico.
A benemérita ação dos missionários salesianos desde o início do século XX foi muito bem acolhida pela população indígena que não se envergonha de exibir sua adesão à Igreja Católica e se orgulha de ser brasileira.
Localizado na fronteira com a Colômbia e Venezuela, no extremo noroeste do Brasil, o município é conhecido como “Cabeça do Cachorro”, por seu território ter forma semelhante à da cabeça desse animal.
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São Gabriel da Cachoeira no estado de Amazonas região Norte |
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população era de 44.816 habitantes em 2018, fazendo deste o décimo-terceiro município mais populoso do estado.
Em São Gabriel da Cachoeira, nove entre dez habitantes são indígenas, sendo o município com maior predominância deles no Brasil.
O município possui cerca de 2,9 bilhões de toneladas de nióbio, constituindo a maior reserva do mesmo em todo o mundo. O nióbio é muito procurado para ligas metálicas especiais usadas em instrumentos de alta tecnologia.
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Missão Salesiana de Tapurucuara. Prelazia do Rio Negro. Amazonas, década de 1950 |
Em um caso inédito na federação brasileira, foram reconhecidas, como línguas oficiais no município, ao lado do português, três línguas indígenas: o nheengatu, o tucano e o baníua, faladas pela maioria dos habitantes do município, dos quais 74% são indígenas.
É um dos três municípios brasileiros que reconhecem outros idiomas como oficiais, além do português.
Pitorescamente, os outros dois são bem diferentes. Pomerode, em Santa Catarina, que se ufana de ser “cidade mais alemã do Brasil”, e fala o pomerano que está quase extinto na região histórica da Pomerânia original às beiras do Mar Báltico.
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Moças enfeitam imagem de Maria Auxiliadora na paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Taracuá |
Estas riquezas culturais apontam para um futuro riquíssimamente diversificado no Brasil desde que se deixe naturalmente progredir o unitivo espírito nacional e não se introduzam fatores de confronto e desagregação da coesão do país.
Mas, esse é um dos grandes temores que suscita a pregação da Teologia da Libertação que está sendo ressuscitada pelos arautos do Sínodo Pan-amazônico.
São Gabriel da Cachoeira teve uma fortaleza, à margem esquerda do alto rio Negro, construída para fins defensivos pela coroa portuguesa.
E hoje é sede da 2ª Brigada de Infantaria de Selva; Comando de Fronteira Rio Negro e 5º Batalhão de Infantaria de Selva; 21ª Companhia de Engenharia de Construção; Destacamento do Controle do Espaço Aéreo de São Gabriel da Cachoeira; Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira; Destacamento da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica; e Destacamento da Capitania dos Portos da Amazônia Ocidental, que garantem a soberania nacional.
Esta indispensável presença, entretanto, não é bem vista por ONGs e os pregadores de uma mal contada “Igreja amazônica” ecológica, tribalista e solapadamente comunista.
Acresce que o município de São Gabriel da Cachoeira faz fronteira com os países vizinhos e irmãos da Colômbia e da Venezuela.
Desses países, os ativistas da utopia comuno-tribalista quereriam arrancar grandes extensões para fusioná-las com uma imensa parte brasileira e inventar uma unidade místico-tribal-anárquica mal explicada que acabaria amputando gravemente o Brasil e a seus vizinhos.
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Aula no internato de Taracuá, Rio Uaupés. Foto Arquivo da Diocese. |
São Gabriel da Cachoeira é o município com maior diversidade de etnias indígenas do país.
Entre as várias etnias indígenas, pode se mencioinar os Arapaço, Baniwa, Barasana, Baré, Desana, Hupda, Karapanã, Kubeo, Kuripako, Makuna, Miriti-tapuya, Nadob, Pira-tapuya, Siriano, Tariano, Tukano, Tuyuka, Wanana, Werekena e Yanomami.
Forman mais de 400 comunidades indígenas além de uma forte presença integrada em bairros da sede municipal, no núcleo urbano de Iauaretê e ao longo dos rios como o Uaupés, o Içana, o Xié, o Tiquié e o Negro.
Quem, como o autor destas linhas, for pesquisar na Internet fotos da cidade, da região e da história de São Gabriel da Cachoeira fica muito gratamente impressionado.
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Fiéis após ato religioso na paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Taracuá |
Em primeiro lugar pela heroica obra evangelizadora e civilizadora dos missionários salesianos.
Ver as fotos apagadas pelo tempo dos primeiros religiosos e religiosas chegando a locais sem nada e ali erigindo precários dispensários médicos, escolinhas e capelinhas.
Vendo que os prédios crescem, que as religiosas ensinam as meninas a se vestirem, lhes dão aulas de corte e costura, que os meninos recebem vestimentas dignas e até mais tarde ingressam no Exército Nacional constituindo as melhores unidades para o combate na selva.
As igrejinhas aumentam, cidades começam a nascer com os serviços básicos e vão se embelezando.
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Primeira aterrissagem em Uaupés. Quando chegou a modernidade com a FAB, os missionários estavam lá havia tempo! |
Enrostando sacrifícios e doenças que só Deus sabe, os religiosos tinham chegado em pirogas e meios de fortuna bem antes para levar a doce doutrina de Jesus Cristo e expandir a civilização brasileira.
Uma foto mais recente apresenta os fiéis saindo de um serviço religioso da bela paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Taracuá. É o Brasil!
Numa outra, um grupo de moças compostas e piedosas enfeitam uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, devoção tão promovida por São João Bosco fundador dos salesianos, para o dia de sua festa, na mesma paróquia.
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Novo bispo na linha do Sínodo Pan-amazônico endossa cocar e é 'abençoado' por pajé |
Quem pretenderia jogar essa jovem região brasileira de volta na barbárie ou selvageria, na ignorância e na miséria religiosa das superstições tribais, na pobreza da vida desconectada da civilização?
Quem desprezaria tanto sangue derramados por religiosos e religiosas, por desbravadores, por militares e até por índios entusiasmados pela Boa Nova do Evangelho durante décadas de duras conquistas sobre a selva?
Entretanto, é para lá que trabalham teólogos da libertação, ONGs que pouco ou nada sabem do Brasil mas que não carecem de abundantes verbas estrangeiras.
E essa atividade iníqua é feita como sendo querida pelo Sínodo Pan-amazônico e até estando já prescrita, dizem, na encíclica ‘Laudato si’’ do Papa Francisco!
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