Leis verdes qualificadas dogmáticas e enganosas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Confederação Suíça composta por 26 cantões – que correspondem ao que seria um estado – é um dos países do mundo que melhor cuida seu meio ambiente.
A beleza de seus panoramas campestres ou lacustres admiravelmente cuidados atraiu durante séculos quantidade incontável de elogios de toda espécie de artistas e amantes da beleza além de um fluxo turístico incessante.
A qualidade de vida helvética é também das mais elevadas do planeta e o país é dos mais ricos do mundo e melhor tratado pelos governantes.
Agora, os eleitores suíços sempre zelosos da preservação de sua natureza, rejeitaram um trio de propostas ambientalistas em referendo popular.
Assim desmoralizaram ainda mais o demagógico Acordo de Paris em pontos sensíveis da agenda ecológica planetária.
Como é bem sabido, a Suíça é um dos raros países onde continua em vigor a democracia direta.
Dois NÃO aos projetos anti-pesticidas |
Por vezes, várias leis sobre assuntos independentes são votadas num só referendo, que confirma ou repele cada uma das leis aprovadas pelos deputados.
Neste mês de junho [2021] os suíços recusaram por maioria absoluta uma nova lei de natureza ecológica contra o CO2.
Ela fora talhada para forçar os cidadãos a cumprir a meta de redução das emissões de carbono que a chancelaria nacional apresentou por ocasião do Acordo de Paris sobre Mudança Climática.
A nova lei contra o CO2 foi rejeitada por 51,6% dos eleitores que se opuseram a ela. O texto previa entre outras coisas taxar ainda mais o preço dos combustíveis e das passagens aéreas para forçar a queda do consumo.
O resultado, segundo informou a agência Reuters, foi uma derrota para o governo central.
Destruir a agricultura suíça? Dois NÃO às duas leis ecológicas |
“O NÃO de hoje não é um não à proteção climática, é um não à lei que votamos”, disse Sommaruga em entrevista coletiva, dando a entender que os políticos voltarão a insistir com outros projetos e ver se conseguem “forjar um novo consenso” na população sobre políticas climáticas.
Como se o soberano não fosse o povo, mas a classe política que ensina ao soberano o que deve achar.
Também foi rejeitada otra lei que tornaria a Suíça o segundo país do mundo a proibir completamente os pesticidas artificiais.
E ainda mais outra lei para reduzir seu uso, condicionando os subsídios aos agricultores para que não recorram mais a eles.
A propaganda oficial bateu na tecla de que os pesticidas ameaçam à saúde.
A bióloga Antoinette Gilson lança campanha contra pesticidas recusada pelo povo suíco |
“Quando estão tendo dificuldades durante a pandemia de COVID-19, disse, eles pensam mais nas preocupações imediatas”. Se for assim, os suíços agiram com maior bom senso que a bióloga.
Obviamente os fabricantes de agro-químicos Syngenta e Bayer saudaram o resultado.
“É um voto claro por uma agricultura produtiva e eficiente em termos de recursos”, disse a Bayer.
Um referendo separado, mas simultâneo, ratificou uma lei de apoio financeiro às empresas durante a pandemia COVID-19.
E ainda um outro deu poderes extras à polícia para combater o terrorismo, permitindo a prisão de delinquentes com 12 ou mais anos de idade.
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