Especialidade ecológico-apocalíptica: semear pânicos perturbadores da civilização sem fundamento na verdade dos fatos |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Com frequência as redes ecoam a mídia sensacionalista e se enchem de predições aterradoras sobre objetos celestes que – especulam a seu bel prazer – viriam a impactar a Terra.
O impacto geraria um espantoso cataclisma mais ou menos comparável àquele da teoria da extinção dos dinossauros que supõe um cataclismo fabuloso no período dito Cretáceo-Paleogeno há por volta de 66 ou 76 milhões de anos.
Agora o pânico sensacionalista explora um objeto de 13 metros de nome técnico “2009 JF1” que poderia entrar na atmosfera em 6 de maio deste ano [2022], segundo a imprensa mundial. Confira
Os especialistas em defesa planetária esclarecem que nada sabem sobre ele. Este sintoma de pouca importância é explorado para disseminar mais terror.
Os ditos “especialistas” não sabem se o objeto procede por algum acaso ou não sabem qual é a causa.
Os espalha-boatos teriam em seu favor a onda criada pelo filme “Don't look up”, em que dois atores encenam a comédia de dois astrônomos que tentam desesperadamente convencer o mundo que um grande asteroide destruirá a Terra num impacto iminente.
Os espíritos ficaram assim excitados para lotar as redes sociais com comentários alarmistas porque a NASA teria incluido em sua lista de asteroides potencialmente perigosos o “2009 JF1”.
Mas, esse um anúncio não foi feito por agencia espacial alguma. Ninguém lhe atribuiu o tamanho citado nem probabilidade alguma de colisão com a Terra.
O blefe anuncia o que não vai acontecer e propõe falsas soluções ideologicamente distorcidas |
Mas só foi incluído numa “lista de risco” porque sua probabilidade de chocar a Terra é superior a 0. Portanto, quase nada.
Os dados atuais estimam que de haver uma probabilidade de impacto seria de uma em 3.984, para a ESA. E de um para 3.800 para o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA.
Em outras palavras, a probabilidade de acerto é de 0,026%.
Ainda que esse asteroide entrasse na atmosfera da Terra, diz Koschny, não há motivo para alarme.
“Temos a obrigação de começar a preparar uma alerta quando a probabilidade de impacto for superior a 10% (ou 1 em 10)”, detalha. Só um demente pensaria em impactos e catástrofes apocalípticas com o “2009 JF1”.
Noelia Sánchez Ortiz, engenheira aeroespacial especializada em defesa planetária, está espantada pelo espaço que lhe deu a grande mídia e certas redes sociais a algo de risco quase zero.
Ela atribui o blefe ignaro ao fato que “há muito desconhecimento sobre este assunto e nas redes sociais é muito fácil um blefe ser criado rapidamente”, neste caso favorecido como subproduto do filme de ficção “Don't look up” da NETFLIX.
De alegre, FAKE multiplicou asteroide por 10 para assustar mais. O que há por trás? |
“O “JFI 2009” só foi observado em 2009 porque é muito pequeno e exige telescópios muito grandes”, explica.
Embora a possibilidade de danos seja tão baixa não seria tão rara nos últimos tempos, porque em 2013 um asteroide de 18 metros, um pouco maior que “2009 JFI”, caiu na cidade russa de Chelyabinsk causando ferimentos e danos materiais leves.
“Se atingir a Terra, é provável que se desintegre quase completamente quando entre na atmosfera e o que veremos é uma estrela cadente. O dano causado por Chelyabinsk foi devido à onda de choque e nem gerou uma cratera”, acrescenta Sánchez.
O asteroide que há 66 milhões de anos teria causado a extinção dos dinossauros deve ter medido cerca de 10 quilômetros de diâmetro, 770 vezes maior que os escassos 13 metros do “2009 JF1”.
Manter a humanidade em constante estado de pânico parece ser o primeiro mandamento da mídia, comandada pelos poderosos de sempre. Graças a Deus temos canais como este aqui para nos informarmos.
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