Cúpula da Amazônia preparou a internacionalização da região. Foto Agência do Brasil, Ricardo Stuckert PR |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Um encontro dos oito países amazônicos na Cúpula da Amazônia, em agosto, em Belém, Pará, desvendou o que está sendo pensado nas esferas mais esquerdistas do mundo.
Na ocasião, os países que dividem soberanamente a maior floresta tropical úmida da Terrra, pensaram um documento para a próxima COP-28 (28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) que terá lugar em Dubai a partir do 30 de novembro, escreveu “Forum”.
O que se pretenderia é criar um “regime global de urgência” para a região que poderá tirar a soberania legítima dos países e passar astutamente o domínio para um novo poder supremo internacional.
Os chefes de Estado de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela debateram o papel da Amazônia no mundo seguindo submissamente a cartilha ambientalista.
Em 1978 foi excogitada a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que nunca se reuniu para definir políticas comuns.
Mas agora saiu do túmulo burocrático internacional promovendo uma Cúpula com participação de entidades, movimentos sociais, centros de pesquisa, academia e agências governamentais dos países amazônicos.
Leia-se as ONGs privadas e governamentais, nacionais e internacionais, engajadas em “políticas públicas sustentáveis” para a utopia ecologista.
A iniciativa poderá desgarrar a região de seus respectivos países e criar uma unidade sem relação com a história.
Ativismo de ONGs estrangeiras não terá mais controles nacionais |
Uma primeira e irrelevante reunião da OTCA aconteceu durante o segundo mandato de Lula.
Agora, o presidente brasileiro quer reanimar a “grande oportunidade” de executar a utopia elucubrada nos cenáculos de esquerda ‘verde’ e patenteada nas reuniões anuais das COP auto-encarregadas de promover a agenda extremada da ECO-92.
A França mandou representantes e também a República Democrática do Congo e da Indonésia que detêm as outras duas grandes florestas tropicais úmidas e que futuramente poderão também ser desgarradas e transferidas a um poderes planetário ambientalista.
Também participaram a Alemanha e a Noruega que são os mais pesados doadores econômicos do Fundo Amazônia, além de representantes de bancos – IBGE, BID, NBD e outros.
Esses tem um peso decisivo, pois na COP-15, sediada em Copenhagen, e na COP-21 que assinou o Acordo de Paris, governos de países ricos, prometeram cem bilhões de dólares para um poder internacional que administraria a floresta tropical úmida amazônica.
A ministra brasileira de Meio Ambiente, Marina Silva, reclamou essa fortuna prometida, mas até agora jamais transferida nem mesmo parcialmente.
Com essa fortuna a disposição uma administração ecológica multinacional poderá olhar de cima aos governos que hoje detêm legitimamente a soberania sobre a Amazônia.
Em encontro com Gustavo Petro, presidente da Colômbia, Lula afirmou o desejo de empossar um novo senhor da Amazônia, denominado Parlamento Amazônico que de início teria poderes deliberativos ou consultivos.
Lula acenou que está disposto a “compartilhar a exploração científica da riqueza da biodiversidade e, sobretudo melhorar a vida do povo que mora na selva, pescadores, ribeirinhos e extrativistas”.
Belas palavras que mascaram a capitulação monstruosa que mutilaria enormemente os países sul-americanos que detêm soberania sobre a Amazônia.
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