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domingo, 27 de julho de 2025

Carros elétricos pegam fogo e afundam navios que os transportavam

Incêndio do 'Morning Midas' custou 3 bilhões de dólares
Incêndio do “Morning Midas” custou 3 bilhões de dólares
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O navio “Morning Midas” que escoava 3.000 veículos chineses para o México pegou fogo no Oceano Pacífico. Segundo a gestora do navio, Zodiac Maritime, as chamas começaram entre 800 carros elétricos, informou a “Folha de S.Paulo”. 

Em 2020, o “Hoegh Xiamen” sofreu perda total em incêndio análogo; em 2022, afundou o “Felicity Ace” com 4.000 carros de luxo; em 2023 pegou fogo perto da Holanda o “Fremantle Highway” com 3.000 carros; e em 2024 ardeu o “Genius Star XI” levando baterias de lítio para San Diego, acrescentou o bem documentado blog “Mar sem fim”. 

Diante desses episódios, a indústria marítima global acendeu o alerta vermelho. Para a seguradora gigante Allianz, essas baterias essenciais nos carros elétricos trazem novos e graves riscos.

Os veículos elétricos usam baterias de lítio que podem superaquecer e causar incêndios que se espalham rapidamente, produzindo gases tóxicos, tornando-os difíceis e perigosos de extinguir.

Muitos protocolos de segurança contra incêndio a bordo das embarcações não foram projetados pensando nos EVs ou electric vehicles, que funcionam com baterias de lítio.

Sistemas de supressão de incêndio com inundações de CO2 podem não ser suficientes para incêndios de bateria de alta temperatura e auto-sustentáveis.

De acordo com a Special Provision 961 do Código Internacional de Mercadorias Marítimas Perigosas os veículos alimentados exclusivamente por baterias de lítio – ou veículos elétricos híbridos com baterias de lítio e motores de combustão – não estão sujeitos às disposições do Código, desde que atendam requisitos específicos de segurança.

Esta isenção permitiu que muitos veículos elétricos fossem tratados no transporte marítimo como mercadorias não perigosas.

“New York Times” informou que as baterias de lítio também representam riscos para as viagens aéreas, prossegue o blog citado. Nos últimos meses, a Southwest Airlines e várias companhias aéreas na Ásia reforçaram as restrições ao uso e transporte aéreo dessas baterias.

O 'Hoegh Xiamen' queimado pelas carros elétricos deu perda total

As proibições na Ásia entraram em vigor depois que um incêndio destruiu um jato de passageiros em um aeroporto na Coreia do Sul em janeiro de 2025.

Washington Post” publicou uma declaração de Sean De Crane, diretor da Associação Internacional de Bombeiros, que explica melhor as dificuldades:

Os incêndios elétricos em navios são notoriamente difíceis de apagar, resistindo aos efeitos dos extintores tradicionais à base de espuma e pequenas quantidades de água. 

Isso ocorre porque os incêndios de bateria de lítio após um acúmulo excessivo de calor se espalham de uma célula de bateria para outra, e desta bateria para a próxima.

Segundo o Lithium Safe, em 1º de julho de 2019 um submarino nuclear secreto russo AC-31, o Losharik, sofreu um incêndio mortal e uma explosão a bordo enquanto operava debaixo da água no Mar de Barents. 14 oficiais morreram.

O Losharik aparentemente tinha uma bateria de lítio mais moderna, semelhante às que são usadas em automóveis elétricos.

À princípio, a causa do incêndio foi um curto-circuito que ocorreu enquanto o submarino estava atracando na sua nave-mãe, Podmoskovye. Isso levou a uma dissipação do calor da bateria de lítio, que posteriormente explodiu e pegou fogo.

O Incêndio do submainho espião russo 'Losharik' foi atribuído as baterias de lítio
O Incêndio do submarino espião russo 'Losharik' foi atribuído às baterias de lítio
Em 7 de setembro de 2018, ocorreu um incêndio na garagem do super-iate My Kanga, ancorado na zona costeira da Croácia. Em menos de 25 minutos as chamas atingiram o convés superior e em seguida houve as explosões destruidoras.

A investigação de segurança publicada em 2019 concluiu que o incêndio foi provavelmente causado pelas baterias de lítio.

E por qual motivo estas baterias são tão perigosas?

O risco vem de um fenômeno chamado ‘fuga térmica’, quando a temperatura de uma bateria aumenta incontrolavelmente, levando a incêndios, explosões e à liberação de gases tóxicos.

O site especializado Cars Coops informou que algumas companhias de navegação, como a norueguesa Havila Kystruten, se recusam a transportar veículos elétricos, julgando que o risco é muito alto, conclui “Mar sem fim”. 


domingo, 20 de julho de 2025

Brasil pode ter 20 mil espécies desconhecidas

Espécie Sakesphoroides niedeguidonae foi descoberta na região de Caatinga
Espécie Sakesphoroides niedeguidonae foi descoberta na região de Caatinga
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Entre os tesouros que a Providencia depositou ao Brasil encontra-se uma fabulosa riqueza de espécies animais, vegetais e ictícolas que os cientistas até agora nem conseguem mensurar e classificar.

Uma pesquisa inédita conduzida pelo cientista Mário Moura, doutor em ecologia e professor visitante do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), revelou que o País lidera a lista de países com maior potencial para descoberta de novas espécies de animais vertebrados terrestres.

Macaco Zogue-Zogue Rabo de Fogo, descoberto em dezembro de 2010
Macaco Zogue-Zogue Rabo de Fogo, 
descoberto em dezembro de 2010
Publicado na Revista Nature Ecology and Evolution , em 22 de março [2025], o artigo Shortfalls and opportunities in terrestrial vertebrate species discovery, foi produzido junto com Walter Jetz, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Yale (EUA), e citado por CAPES [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério de Educação].

Moura explica que o País abriga duas grandes florestas tropicais do planeta: a Amazônia e a Mata Atlântica que com outras no continente Africano e na Indonésia, podem abrigar quase metade de todas as futuras descobertas do planeta.

“Isso indica o quão rica é a biodiversidade de florestas tropicais no planeta todo”, observa o pesquisador.

E, acrescentamos nós, quão exageradas resultam muitos alarmismos ecologistas pelo perigo de extinção por algumas poucas espécies.

Desde 1758, ano em que foi iniciada a catalogação formal, cerca de 1,8 milhão de espécies foram descritas em todo o planeta.

Bico-chato-do-sucunduri (Tolmomyias sucunduri) é um pássaro encontrado no sul do Amazonas, na região do Sucunduri
Bico-chato-do-sucunduri (Tolmomyias sucunduri) 
pássaro encontrado no sul do Amazonas, na região do Sucunduri
Outras estimativas apontam a existência de aproximadamente 10 milhões ainda por descobrir. 

Alguns exemplos de descobertas recentes divulgados pela CNN Brasil: 

Poaieiro-de-Chico Mendes (Zimmerius chicomendesi), foi registrado pela primeira vez em 2009, no sul do Amazonas, dentro da Floresta Nacional de Humaitá.

Macaco Zogue-Zogue Rabo de Fogo, descoberto numa expedição do WWF-Brasil em dezembro de 2010 ao noroeste do Mato Grosso. Teve seu nome “miltoni” dado em homenagem a um dos maiores primatólogos brasileiros, o cientista Milton Thiago de Mello

O pássaro Cantador-de-Rondon (Hypocnemis rondoni), nomeado em homenagem ao antropólogo, explorador, indigenista e marechal Cândido Rondon, encontrado no Sul do Amazonas

Rapazinho-estriado-do-oeste (Nystalus obamai), pássaro cujo nome homenageia o ex-presidente estadunidense Barack Obama e que foi encontrado numa área enorme entre o Brasil, Peru e Equador

Lula rara vista pela primeira vez nas profundezas do oceano
Lula rara vista pela primeira vez nas profundezas do oceano
Boto-araguaiano (Inia Araguaiensis), encontrado em 2014 na bacia do rio Araguaia, tem características moleculares e medidas do crânio diferentes dos botos encontrados na bacia do rio Amazonas

O Acari-de-Bola-Branca (Spectracanthicus zuanomi) é encontrado no rio Xingu, no Pará, na área de influência da hidrelétrica de Belo Monte. Este animal, portanto, já nasce ameaçado e corre o risco de muito em breve entrar em risco de extinção.

Pássaro Cantador-de-Rondon (Hypocnemis rondoni)
Pássaro Cantador-de-Rondon (Hypocnemis rondoni)
A perereca Pristimantis jamescameroni ocorre apenas no estado de Bolívar, na Venezuela, em tepuis com mais de 2,5 mil metros de altitude. Seu nome é uma homenagem ao diretor de cinema James Cameron, que atua em causas ambientais.

O Bico-chato-do-sucunduri (Tolmomyias sucunduri) é um pássaro encontrado no sul do Amazonas, na região do Sucunduri, onde o WWF-Brasil mantém projetos de conservação.