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Francisco I em Sarajevo onde um imprevisto quebrou sua férula |
Passados poucos dias da publicação da muito aguardada encíclica sobre o meio ambiente
Laudato Si’ do Papa Francisco I, a expectativa vem deixando o lugar ao desinteresse, à decepção e, com inusitada força, à crítica pela imersão em matérias que não corresponde à Igreja se pronunciar.
Sem dúvida, os assessores do Papa Francisco se esforçaram para manipular realidades materiais, científicas e econômicas para encaixa-las num cenário passível de um juízo moral ou religioso.
Porém, o recurso foi mal sucedido e a
Laudato Si’ parece ser ter virado contra a intenção original. O resultado tem sido uma crítica nutrida por parte de fontes católicas que desaprovam a distorcida intromissão na seara científica e econômica.
Do lado do ambientalismo radical e da teologia da libertação não faltaram carregados elogios ideológicos que duraram poucos dias.
Do lado católico, especialmente daqueles profundamente interessados pelo bem dos homens e especialmente dos pobres, vieram notáveis contravapores.
Fazemos votos para que elas ajudem a corrigir o tom verde-vermelho que assumiu a malograda redação final da
Laudato Si’.
Nessa perspectiva reproduzimos a continuação uma dessas críticas formulada pelo jornalista Miguel Angel Belloso, diretor da revista
‘Actualidad Económica’ de Madri, vice-presidente do Observatório do Banco Central Europeu, membro da Fundação de Estudos Financeiros e do Conselho Econômico e Social da Comunidade de Madri.
Um Papa pessimista e injusto
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Miguel Angel Belloso,
diretor de ‘Actualidad Económica’ de Madri,
vice-presidente do Observatório do Banco Central Europeu,
membro da
Fundación de Estudios Financieros
e do Consejo Económico y Social de la
Comunidad de Madrid. |
Sempre considerei a fé como um motor de esperança e de alegria. Professei também uma grande admiração pelos papas João Paulo II e Bento XVI.
Nenhum deles deixou de assinalar os grandes desafios que a humanidade enfrenta, mas ambos mostraram uma grande confiança no indivíduo e contemplavam o mundo com o otimismo próprio do crente.
Em muito pouco tempo, o Papa Francisco impulsionou uma revolução na Igreja.
A sua nova encíclica,
"Laudato si", a sua carta pastoral "Evangelii gaudium", assim como as
suas frequentes intervenções nos foros públicos refletem um pessimismo ontológico perturbador.