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domingo, 17 de março de 2024

Até FAO pede produzir mais carne

735 milhões de seres humanos precisam de calorias animais
735 milhões de seres humanos precisam de proteinas, gorduras e nutrientes animais
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A ofensiva contra a produção e consumo de carne pretextando que estão entre os culpados do aumento da temperatura do planeta até 2050 se contradisse a si própria na reunião sobre alterações climáticas no Dubai, COP28, um dos supremos cenáculos de propagação dessa falsa crença contrária à carne.

Nessa reunião planetária a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicou um relatório sobre a alimentação mundial intitulado Roteiro de Sistemas Alimentares, observou “Clarin”.

Ele documenta que atualmente há mais de 735 milhões de pessoas que sofrem de nutrição insuficiente.

A novidade absoluta consistiu em que a FAO afirmou a necessidade de aumentar a produção de carne e lacticínios, para aumentar o seu consumo nos países em desenvolvimento.

Especialmente para aqueles cujas populações estão hoje subnutridas, ou experimentam deficiências nutricionais notáveis pela falta de consumo suficiente de proteínas animais.

A FAO salientou que “os tipos de proteínas, micronutrientes, gorduras e hidratos de carbono encontrados na carne, nos ovos e nos lacticínios não podem ser fornecidos pelos alimentos de origem vegetal, o que significa que é necessário produzir mais proteínas da carne para atender a essa imensa demanda”.

Veganos e ecologistas militantes ficaram de rosto no chão.

A FAO pediu incentivar a inovação científica e tecnológica na produção de carne e produtos lácteos visando reduzir os volumes de gás metano originado na pecuária.

A propaganda do ambientalismo magnífica o fato de o gás metano produzido pelos animais ser mais prejudicial que o dióxido de carbono (CO2) no aumento da temperatura da atmosfera.

Segundo a Universidade de Oxford, o potencial calórico do metano é 80 a 100 vezes superior ao do CO2 e é responsável por mais de 30% do aquecimento da atmosfera, vivido desde a primeira revolução industrial (1780/1840).

Gado Hereford na Argentina. FAO pede produzir mais
Gado Hereford na Argentina. FAO pede produzir mais
Se for verdade como insiste a fábrica ecológica de pânicos anti-civilizatorios que o aumento atual do CO2 desertificaria o planeta por aquecimento mais cedo ou mais tarde, então com o metano animal estaríamos fritos 80 ou 100 vezes mais rápido ou por um clima centuplicadamente mais quente.

A Nova Zelândia, que investe mais de US$ 54 milhões anualmente em laboratórios e testes de gado desde 2003, estudou diferentes tipos de animais e raças que produzem geneticamente menos metano.

Também chegou a um intenso processo de especialização biológica que obteve uma queda de 30% a 40% em relação às raças de animais que mais geram gases.

Porém o mais surpreendente foi a proposta da FAO – líder nos exageros ecológicos – de incentivar sistematicamente a produção de carne no mundo.

Ela chegou ao evidente e contradisse diretamente os ambientalistas extremistas que consideram que não há combate possível às alterações climáticas se não houver redução – e no limite eliminação – dos rebanhos pecuários.

O relatório da FAO também descobriu outro “ovo de Colombo” afirmando que a segurança alimentar e nutricional é um dos direitos humanos mais relevantes da época.

Defendeu então que é chegado o momento de descartar preconceitos e expressões de ignorância, e de apostar na inovação, sobretudo na produção de proteínas cárneas: carnes, laticínios, ovos e derivados.

A desnutrição no mundo vai além do mero déficit calórico porque o número de pessoas que não pode pagar uma alimentação saudável atinge mais de 3.000 milhões de indivíduos, nos quais proliferam problemas cardíacos, excesso de peso e saúde geralmente frágil, propensa a doenças.

Graves problemas de saúde atingiriam grande parte da humanidade se se pusesse em prática a propaganda ecologista contra a carne, que à luz deste relatório assume um fácies criminoso.

A FAO pediu não só aumentar sistematicamente a produção de carne e laticínios mas, ao mesmo tempo, fornecer informações suficientes sobre a natureza benéfica do consumo de carne.

Em suma, para a FAO chegou o momento de procurar sistematicamente o aumento da produtividade da carne no mundo com inovação constante.

Para a pecuária brasileira e argentina, dois países que sustentam benemeritamente o consumo mundial, o relatório pode tornar-se um apoio de alcance internacional.

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