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domingo, 15 de setembro de 2024

Setor eólico fecha portas no Brasil

Afetados por parques eólicos relatam impactos danosos na saúde e no meio ambiente
Afetados por parques eólicos relatam impactos danosos na saúde e no meio ambiente
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em Jacobina, na Bahia, Adilson Jordão, 33, hoje entrega produtos da chinesa Shopee para poder arcar com suas despesas após ser demitido da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), joint venture entre a brasileira Andrade Gutierrez e a americana GE.

A TEN demitiu, em junho de 2023, 500 funcionários por falta de demanda. Adilson foi um deles teve que se resignar a um emprego que lhe rende a terceira parte em dinheiro e sem benefícios trabalhistas.

A empresa criada em função do futuro da “energia renovável” ficou reduzida a 50 empregados.

O caso informado pela “Folha de S.Paulo” não é isolado. As indústrias eólicas vivem seu pior momento em décadas no país, escreve esse jornal.

A Aeris Energy, produtora de pás eólicas, por exemplo, demitiu mais de 1.500 funcionários que trabalhavam em Pecém, no Ceará, também por falta de demanda.

A empresa encerrou o contrato com a europeia Siemens Gamesa. Aliás essa empresa também suspendeu suas operações em Camaçari, na Bahia. E a GE já tinha adotado o mesmo caminho em 2022.

A indústria eólica que se jogou atrás de uma utopia agora vê que cai a construção de novos parques eólicos.

Edna Pereira mostra as caixas dos remédios que usa continuamente
Edna Pereira mostra as caixas dos remédios que ficou obrigada a usar continuamente
com a saúde prejudicada pelos aerogeradores
Como no mundo todo, o setor eólico gerador dessa “energia alternativa” nasceu no Brasil impulsionado por leilões públicos organizados pelo Ministério de Minas e Energia e pela Agência Nacional de Energia Elétrica.

Os preços eram favoráveis porque definidos pelo governo em leilões com contrato de 20 anos. Assim alavancados os parques eólicos atingiram um recorde de acréscimo de capacidade instalada produzindo irrealmente.

Quando foi instalado o mercado livre de preços ninguém vendeu contrato e em 2023 e 2024 [os contratos] não estão chegando. A realidade bateu na utopia.

A primeira iniciativa do ministério de Minas e Energias do novo governo petista foi reverter o cenário livre e natural.

Segundo a BNEF, organização de pesquisas sobre transição energética da Bloomberg, o Brasil atingiu em 2023 o, totalizando 4,98 GW (gigawatts) . Nos próximos quatros anos, porém, a tendência é ladeira abaixo, chegando a apenas 1,4 GW adicionados em 2027.

Turbinas eólicas no mar acabam com a pesca
Turbinas eólicas no mar acabam com a pesca
James Ellis, chefe de pesquisa da BNEF na América Latina, afirma sua empresa foi a que mais entregou aerogeradores no Brasil em 2023 (2,2 GW), mais de 40% do total instalado no país. A empresa, porém, não está nem um pouco satisfeita com o atual momento do setor.

Uma das causas dessa crise foi a repetição do esquema de subsídios e vantagens comerciais desta vez dadas a instaladores de placas solares, ainda considerando que esses importam quase 100% dos componentes da China.

Enquanto não vem uma solução imediata, se as estrangeiras estão indo embora, e as empresas brasileiras procuram uma tábua de salvação no mercado internacional.


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