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Volta ao primitivismo é a fórmula para "salvar o planeta"? |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Cúpula dos Povos, coalizão de mais de 700 ONGs do mundo visa uma luta de classes étnica de fundo comunista contra os países civilizados na COP30 (30ª conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, em Belém), noticiou a “Folha de S.Paulo.
Segundo esta coalizão as COPs anteriores foram um fiasco porque não mudaram o clima.
Aliás, não podia ser diferente porque o homem não pode reger o clima de uma natureza que o supera absolutamente.
Mas o fanatismo ecologista não aceita a realidade e reclama uma ditadura planetária de impostos e controles que afogarão as sociedades organizadas.
Na realidade, sob este palavreado se incubam caprichos ideológicos de teorizadores decepcionados com o fracasso do comunismo.
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Por trás do folclore a liderança da esquerdas que arruinam nossos países. A cooperação - ou manipulação? - vem de longe |
Como nas anteriores COP reunir-se-á uma nutrida assembleia de políticos de esquerda e ativistas do meio ambiente pagos pelos impostos ·verdes’ financiados por Ministérios do Meio Ambiente, organismos internacionais, fundações multimilionárias e grandes capitalistas.
Também acontecerá uma assembleia paralela dos contestatários e revoltados do mundo que reclamam a derrubada da civilização e da cultura universal.
O volume de dinheiro gasto nestas gigantescas assembleias está sendo mais uma vez objeto de disputas internacionais, querendo todos passar dias de prazer e luxo com despesas caríssimas cobertas pelos governos.
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'Aldeia COP' em Belém quer dar o tom do mundo futuro |
A larga disputa pelas despesas astronômicas do evento pode ocultar a crise do comunismo verde neste evento.
Assim agindo essa coalizão pretende uma revolução monstruosa fazendo convergir demandas de grupos afetados pelas mudanças climáticas (quem não o é?) impondo uma suposta vontade de povos originários e quilombolas que seriam excluídos dos processos decisivos pelos representantes governamentais.
A carta política lançada pelo movimento declara que “os países tomadores de decisão têm se omitido ou apresentado soluções absolutamente ineficientes colocando em risco a meta de 1,5ºC do Acordo de Paris.”
“As conferências se concentraram em objetivos ínfimos de redução de dióxido de carbono e em estratégias a serviço dos interesses das corporações responsáveis por desastres ambientais”, diz Iván González, coordenador político da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA).
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COP-30 na Amazonia não salvará o planeta mas tentará jogá-lo no comuno-indigenismo |
Seus seis eixos orientadores evocam em tom indigenista as velhas reivindicações marxistas, misturado com o panteísmo e o culto supersticioso da Pachamama.
Eles são: "territórios vivos, soberania popular e alimentar; reparação histórica, combate ao racismo ambiental e ao poder corporativo; transição justa, popular e inclusiva; contra as opressões, pela democracia e pelo internacionalismo dos povos; cidades justas e periferias urbanas vivas; feminismo popular e resistência das mulheres nos territórios.
A escolha por eixos que aliam pautas diferentes é uma tentativa de fugir de caixas temáticas, explica Maureen Santos, coordenadora do Núcleo Políticas e alternativas da Ong FASE - Solidariedade e Educação e membro do comitê político da Cúpula dos Povos.
A Cúpula dos Povos teve sua primeira em 1992, no contexto da ECO-92—ou Rio-92— da ONU. Já paralelamente às COPs, ela aconteceu frente à COP20 em Lima, no Peru, em 2014, por exemplo.
A estruturação rumo à COP30 aconteceu em meio à Rio+20 (conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável) em 2012, no Rio de Janeiro.
A iniciativa de construir uma contraposição à COP30 partiu de movimentos sociais brasileiros na COP28, em Dubai.
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Pressão eclesiástica é expectativa de posição contra capitalismo |
O caos na organização servirá para dizer que os governos dos países civilizados são incompetentes para “salvar o Planeta” e lançar um brado análogo ao do Marx na fundação da hoje velha Internacional Comunista, porém renovada com cores e slogans mais atualizados.