Realejo do IPCC voltou a anunciar as mesmas catástrofes nunca verificadas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
“Tudo como dantes no quartel de Abrantes”: o mais arrepiante e recente informe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU veio a luz para atualizar as terríficas catástrofes climáticas que deveriam ter acontecido no máximo no ano 2000, se não antes.
Mais uma vez, em seu Sexto Relatório de Avaliação (Sixth Assessment Report, AR6, sigla em inglês) o IPCC vem de sentenciar o iminente fim do mundo se nós não aceitarmos restrições draconianas no nosso estilo de vida.
Anuncia a possibilidade (sublinhamos a palavra ‘possibilidade’ pois trata de coisas que não são certas nem apuradas) de nos submergirem irreversivelmente ondas marítimas vindas dos polos e das geleiras derretidas.
Políticos convertidos em cientistas no IPCC fazem oráculo infalível |
Mais uma vez!
E, mais uma vez!, por culpa do CO2 e do aquecimento global que nós homens estamos produzindo, por exemplo neste inverno brasileiro de 2021.
Caro leitor: fique em paz.
Cientistas sérios nos advertem estarmos diante de mais uma volta de manivela do realejo que há décadas vem sendo tocado por funcionários políticos do IPCC ideologicamente militantes para impor à humanidade um estilo de vida miserável que os homens não queremos.
Jornalistas e especialistas ideologizados dissertam nos largos e caros espaços que a grande mídia lhes concede para glosar as quase quatro mil páginas do AR6 que, evidentemente, não puderam ler no brevíssimo lapso transcorrido desde a publicação.
1972: temos dez anos para evitar a “catástrofe” |
Qual? Como? Onde? Por que?
Essas não são perguntas a fazer a um tão alto sábio do catastrofismo!
Em 1992, dez anos após verificado o prazo fatídico da “catástrofe”, Maurice Strong presidia com ar ultra satisfeito a maior reunião planetária de chefes de Estado e governo: a Eco-92, gozando das belezas de Rio de Janeiro e de todas as benesses reservadas aos altos funcionários pagos pela ONU em ambientes de cinco estrelas, sem pensar no que poluíam (segundo a filosofia deles).
Cumprida exatamente a data da “catástrofe” que não aconteceu nem em brincadeira, em 1982 o novo chefe do Programa de Meio Ambiente da ONU, Mostafa K. Tolba, foi definitivo: o mundo só tinha 18 anos para evitar uma “catástrofe ambiental” que viria tão irreversivelmente quanto um holocausto nuclear qualquer. Cfr. U.N Ecology Parley Opens Amid Gloom
1982: catástrofe ambiental irreversível como o holocausto nuclear |
Tal vez a profecia apocalíptica do Sr. Mostafá soou muito longínqua e esfriou o terror que o catastrofismo apocalíptico precisa manter sempre acesso para impor draconianas medidas miserabilizantes.
Então, em 1989, o alto funcionário da ONU correu a reacender a chama anunciando em entrevista para a Associated Press que se a humanidade não estabilizava as mudanças climáticas em dez anos, quer dizer até por volta de 1999, ditas mudanças fugiriam de todo controle humano. Cfr.: U.N. predicts disaster if human warming not checked
1989: desastre global, nações apagadas da face da terra, quebras de safras |
Mas, ainda assim, pareceu pouco exagerado. Então o próprio Mostafa K. Tolba voltou à carga pressagiando que se até 1995 não conseguíamos dominar o clima estaríamos irremediavelmente derrotados. (Earth Island Journal; Summer 1991, Vol. 6 Issue 3, p38)
E veio 2000 que, como dissemos, o mundo comemorou e passou bem, todo somado.
2007: se não houver ação antes de 2012, será tarde demais |
O Rajendra Pachauri ainda ganhou um Prêmio Nobel junto com o infatigável alarmista Al Gore.
Mas acabou processado em seu país responsabilizado por uma milionária falcatrua num programa do governo que aterrorizava os camponeses pobres com a ideia de que as geleiras do Himalaia estavam prestes a desaparecer e eles morrerem na seca. Foi processado também por malversação de fundos e assédio sexual. O noticiário se afastou dele e faleceu em 2020.
2019: “Só ficam 11 anos para prevenir um dano irreversível provocado pela Mudança Climática” |
Na 73ª Assembleia Geral agourou para valer: “Só ficam 11 anos para prevenir um dano irreversível provocado pela Mudança Climática, alertaram palestrantes na reunião de cúpula da Assembleia Geral”. Cfr.: ONU Press Release.
Caro leitor, se tiver paciência e quiser acreditar no inacreditável leia o mais recente relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, o AR6, e ouvirá mais da mesma musiqueta enquanto passa as suas quase 4.000 páginas.
Em 2021, o realejo voltou a tocar a mesma música catastrofista
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário! Escreva sempre. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.