Golpes midiáticos servem para ganhar empréstimos para qualquer manobra política. Na foto Simon Kofe, ministro de Tuvalu, teatraliza suposto afundamento de sua ilha e do mundo |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Muitas centenas de projetos financiados pelo Banco Mundial para rocambolescamente deter à mudança climática não têm nenhuma ligação com qualquer mitigação climática, constatou relatório do think tank Center for Global Development e do centro de pesquisas ambientais Breakthrough Institute, revelou o “Financial Times”.
Os pesquisadores examinaram mais de 2.500 projetos do portfólio climático do Banco Mundial financiados entre 2000 e 2022 e questionaram os gastos do banco ao longo de duas décadas.
Descobriram que “centenas” dos projetos “parecem guardar pouca ou nenhuma relação com a mitigação ou adaptação à mudança climática”.
Segundo os autores uma leitura simples da documentação do Banco Mundial “não esclarece por que foram rotulados como projetos ligados à mudança climática”.
Quando Ajay Banga iniciou sua presidência do Banco Mundial, foi questionado por não fazer o suficiente para combater a mudança climática.
Entao, Banga tentou demonstrar que o Banco Mundial financiava muito combate à mudança climática. Ele pretendia apresentar as abrumadoras demonstrações numa reunião de cúpula em Paris sobre a reforma das finanças climáticas.
Porém, o que deveria ser demonstração revelou uma monumental fraude.
Ajay Banga, presidente do Banco Mundial quis demonstrar que não havia desvio de verbas climáticas e achou milhares de falcatruas |
No nosso blog repetidas vezes informamos que as imensas e custosíssimas assembleias das Nações Unidas, denominadas COP-XX, eram palcos para exigências inescrupulosas de fabulosos investimentos que, na verdade, não iam para “salvar o clima”, mas sim para outros fins.
E lá foi, mostram os relatórios, o dinheiro para melhorar a transparência municipal na Faixa de Gaza, a qualidade do ensino em instituições mexicanas de ensino superior ou aumentar o acesso de mulheres e meninas no Chade à saúde.
Esses investimentos favoreciam a manutenção de governos inescrupulosos. E dissimulavam dizendo visar algum benefício climático.
Funcionários do Banco Mundial tentaram salvar alguns projetos trucados alegando que colateralmente atenderiam a metas climáticas.
Mas os pesquisadores descobriram que, até em projetos eram listados como tendo apenas 1% ou 2% de seu benefício trazido algum benefício climático, a ligação com as metas para a mudança climática não estava clara.
Eles citaram um empréstimo dado para ajudar a automação de pagamentos no Afeganistão, que recebera uma nota de benefício climático de 1%, apesar de não ter nenhum resultado claramente ligado ao clima.
Muitos projetos de mitigação climática não tinham estimativas de redução de emissões de gases estufa, ponto sagrado da mitologia eco-climática.
Imagem sisuda acoberta financiamento de planos climáticos inexistentes |
Nem mesmo havia um relatório padronizado de estimativas de gases de efeito estufa em todo o portfólio.
Vijaya Ramachandran, diretor de energia e desenvolvimento do The Breakthrough Institute e um dos autores do estudo, disse que embora seja possível argumentar que o desenvolvimento econômico pode resultar numa diminuição da vulnerabilidade ao clima, “essa ou qualquer outra explicação está completamente ausente dos documentos dos projetos”.
“O Banco Mundial precisa demonstrar a eficácia de projetos que visam lidar com a mudança climática. No momento isso simplesmente não está sendo feito”.
Representantes do Banco Mundial disseram que a instituição está trabalhando sobre uma nova metodologia para medir o impacto de seus gastos com ecologia no futuro.
Deu assim a entender que o esbanjamento ideológico das décadas passadas já está impune.
Assim não inspira credibilidade às suas promessas de retorno à honradez, à verdade, à ciência e ao bem dos povos, e limitações a falcatrua sistemática dos aproveitadores verdes por fora e vermelhos por dentro.
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