A União Europeia pode morrer diz Macron |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em sucessivas ocasiões, o presidente francês Emmanuel Macron se exibiu alarmado pela perspectiva de que a utopia da União Europeia “possa vir morrer”, citaram diversas fontes midiáticas.
Ele se espraiou sobre o futuro da aliança continental que é o motor de uma República Universal, velha utopia dos movimentos revolucionários como a Revolução Francesa de 1789.
Macron tal vez sonhava lidera-la como um novo campeão desse ovo de República Universal que é a UE ao menos na presente fase.
Mas, foi-se o tempo em que os europeus comemoravam os avanços utópicos da unificação europeia que diluiria os países membros sob um governo único instalado em Bruxelas.
Por exemplo, os anos do entusiasmo tolo pela adoção da moeda “euro” ou a descaracterização dos países após a II Guerra Mundial renunciando gradualmente à sua soberania para integrar um bloco econômico bem sucedido.
Bruxelas viu os maiores protestos agrários da história recente |
“Devemos ver com lucidez que atualmente a nossa Europa mortal, pode morrer”, discursou o presidente francês na emblemática Universidade da Sorbonne em Paris.
Ele apontou que o futuro do continente depende de “decisões” que devem ser tomadas “agora”.
Entre os temas que pedem essas decisões destacou “a transição ecológica” escondido num enorme plano escravizador da agropecuária sob pretexto de salvar o planeta do suposto “aquecimento global”.
Mas, a UE teve que retirar o vasto plano diante da recusa exprimida por colossais manifestações de homens do campo dos grandes países.
"Sem agricultores não há comida nem futuro". O ambientalismo tirou a máscara e apareceu seu rosto anti-humano, contrário à natureza e à civilização. |
Para o chefe de Estado francês, outras situações, como o Irã perto de conseguir a bomba atômica, mudaram “as regras do jogo”.
Mas Macron acabou perdendo o apoio popular com falta de energia e pensamento fresco, escreveu a CNN.
O eleitorado francês infligiu uma formidável derrota à utopia da República Universal nas eleições gerais para o Parlamento Europeu, ratificando o que para Macron é o pior dos males atuais.
O levantamento dos agricultores da Europa toda contra o Pacto Ecológico continental fpi o mais clamoroso dos protestos havidos há muitas décadas.
Ele pede um novo impulso na capacidade de segurança cibernética europeia, laços de defesa mais estreitos com a Grã-Bretanha pós-Brexit e a criação de uma academia europeia para treinar militares de alto escalão.
Mas, isto deveria ter acontecido há muito.
O Kremlin sabe que se os europeus tomam a iniciativa nesses campos o horizonte menos pior para a Rússia estaria numa III Guerra Mundial.
Hoje encontraria uma Europa anestesiada após décadas de distensão imprudente e de líderes como Emmanuel Macron.
Este reconheceu o despreparo militar europeu dizendo que “não há defesa sem uma indústria de defesa … tivemos décadas de subinvestimento. Temos que produzir mais, temos que produzir mais rápido, e temos que produzir como europeus”, disse ele.
Protestos franceses foram os mais furiosos |
Seu partido moderado foi esmagado pelo Rassemblement National (RN) de extrema-direita na votação para o Parlamento Europeu.
O RN infelizmente alimenta suspeitas de colaboração sorrateira com Putin e acabaria atraiçoando as esperanças que hoje depositam nele os melhores setores de França.
Em consequência, o horizonte político-militar europeu e mundial está se carregando com os mais pesados interrogantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário! Escreva sempre. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.