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| China presenteou o Brasil a escultura Espírito Guardião Dragão-Onça feita para a COP30 pela escultora chinesa Huang Jian |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A herança revolucionária da ECO-92 ainda latejava contra os restos da ordem mundial (evento qualificado por seu secretário-geral, Maurice Strong, de “mãe de todas as conferências): “O mundo não será o mesmo a partir de agora [1992]” .
O ataque contra o Brasil ficou focado na agricultura, apresentada como culpada do “novo crime” de desmatamento; e contra a pecuária, indiciada por aquecer o clima com o maior rebanho bovino comercial do mundo.
Os consumidores de carne no País também foram culpados por puxar o seu consumo, que deveria ser diminuído cada vez mais .
Não faltaram ataques à mineração e à exploração de hidrocarbonetos na Amazônia.
Encenação reveladora foi a “Barqueata da Cúpula dos Povos”, em que barcas alugadas para agitadores e “povos originários” exibiram faixas e cartazes invectivando o agronegócio, ecoando a surrada luta de classes contra os proprietários:
“O agro não enche o prato”;
“O agro passa, a destruição fica”;
“Mineração: o povo decide”;
“A destruição da Amazônia é uma ferida aberta no planeta”.
A bandeira feminista: “sem mulher não tem clima”.
E o eco da grande reivindicação dos pontífices Francisco e Leão XIV: “Por justiça social e ambiental”.
Não faltou a propaganda do financiador: “Com Lula o Brasil lidera o combate à crise climática”; “Obrigado Lula”.
Tudo isso entre abundantes bandeiras do PT, do MST e dos “povos originários”, que deveriam reassumir a direção do Brasil porque ‘só eles sabem lidar com o clima e a natureza’.
Barcas semi-vazias foram ornadas com bandeiras dos palestinos e de Cuba...
Propaganda comuno-indigenista
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| Abertura da Cúpula dos Povos na COP 30, Universidade Federal do Pará (UFPA). Foto Tânia Rêgo-Agência Brasil |
Esse estranho idioma “verde” forçou-a a “publicar um glossário para guiar o leitor na selva de siglas estranhas e termos vagos”.
O escritor anarquista inglês, coitado, propusera “cultivar uma higiene mental e... uma linguagem clara”, mas isso não compareceu no caos da COP30 .
Danças e distribuição gratuita de álcool e comida visaram atrair público e promover a confraternização dos militantes.
Muito ao gosto ecologista, o pavilhão de Singapura distribuía cerveja feita com água de esgoto tratada, enquanto outros ofereciam “karaokês”, que cantavam de modo pouco compreensível contra o aquecimento global, além de canções de Michael Jackson, úteis para “curar nosso planeta” etc.
O café não ficou por conta do pavilhão do Brasil, mas da Alemanha .
Entre as múltiplas encenações, foi particularmente achincalhante a passeata de artistas disfarçados de animais, vários dos quais inexistentes na Amazônia, como urso branco, girafa e dromedários.
Foram arrebanhados pelo “índio Curupira”, mascote da COP30, com quem o presidente Lula quis ser fotografado.
Para maior escárnio, os atores contratados fizeram greve porque não receberam o pagamento combinado.
O auge da vergonha se deu durante um incêndio atribuído à gambiarra na fiação elétrica, feita oficialmente de material incombustível.
O fogo se espalhou pelas tendas e forçou o adiamento da reunião final.
“Igreja Ecológica” da Laudato Si
Nos ambientes católico-comunistas, a encíclica Laudato Si ficou ratificada como documento constitucional da “Igreja Ecológica”; ou, como observou “Infovaticana”, como catecismo oficial da nova religião ecológica, onde a redução do CO₂ é um objetivo supremo.
Ali está toda a terminologia: “conversão ecológica”, “justiça climática”, “cuidado da Casa Comum”.
Mas o essencial da fé católica — Cristo, a redenção, a vida eterna não se sabe onde ficou.
Em reunião plenária em Fátima, os bispos europeus pediram à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que agisse com decisão na COP30, mas ela se entretinha com exemplares da fauna e da flora local, segurando um papagaio, observando quelônios e afagando um quati.
No discurso verde, os bispos lembraram que a Igreja não existe para gerir orçamentos climáticos, mas para evangelizar.
Documento análogo foi elaborado pelo episcopado latino-americano, mas nesse o Evangelho não teve permissão para entrar .
Engajamento inconsequente de Leão XIV
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| Marina Silva: radicalismo não adiantou |
A figura de proa foi a ministra Marina Silva, que na presença do Pontífice fez ardida exortação à ação, enquanto o ex-governador esquerdista da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, exortava os presentes a processar o governo Trump, como ele o fizera nos seus tempos de governador.
No meeting, o Pontífice abençoou um bloco de gelo da Groenlândia, alimentando os exageros “verdes” sobre o derretimento das geleiras planetárias.
Durante o transcurso da COP30, Leão XIV exigiu “ações concretas” contra a mudança climática; e em videomensagem dirigida a responsáveis religiosos, à margem daquela conferência, deblaterou contra a falta de “vontade política de alguns líderes.
Não se soube que suas palavras tivessem tido qualquer efeito entre cientistas ou governos sensatos.
Também glorificou o Acordo de Paris (COP21), que segundo ele “impulsionou um progresso real e continua sendo nossa ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta”; um discurso em colisão aberta contra o governo dos EUA e outros países descontentes com as fraudes contidas naquele acordo.
Na Audiência Geral de 17 de novembro, pediu uma conversão à “ecologia integral”, sempre segundo a Laudato Si, e se engajou em afastar o fantasma do ser humano “devastador” da Criação .
Na videomensagem às Igrejas do Sul Global — denominação desconhecida, mais consonante com a “novilíngua” da luta de classe planetária do Sul contra o Norte — comprometeu o Vaticano com a coalizão socialista-ambientalista.
Junto foi apresentado um documento de cardeais da América Latina, África e Ásia pela “casa comum”, também de fraco efeito, pois ninguém via direito como a Igreja pode se engajar em estruturas internacionais, profundamente marcadas por agendas ideológicas contrárias à antropologia cristã, e para o qual não tem missão recebida de Cristo.
Os malabarismos verbais e exageros sobre inundações, secas e ondas de calor culpabilizaram os “ricos”, adotando o discurso climático da ONU — escreveu “Infovaticana” .
Final tenso e inconclusivo
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| Rostos alongados e tensos na sessão final da COP30. |
A conclusão não mencionou o plano de Lula para os combustíveis fósseis, não deixou um plano específico contra o desmatamento, não fez referências específicas à Amazônia (este deveria ser objetivo de fazer a reunião em Belém), limitando-se a avanços simbólicos sobre afrodescendentes, territórios indígenas e questões de gênero na imaginária “crise climática”.
A sessão final foi marcada por tensões e brigas, além de reclamações contra o presidente Corrêa do Lago, acusado de ignorar pedidos e agir de modo pouco transparente.
A Rússia e a Índia, porém, defenderam a presidência brasileira, responsabilizando outros países pelo desconjuntamento geral da reunião.
Lula não assistiu, como correspondia ao País hospedeiro, e viajou para a África do Sul, onde elogiou as qualidades culturais de Belém, enquanto o chanceler alemão Merz visou consertar o mal-estar causado .
Presente chinês de aspecto demoníaco
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| China presenteou o Brasil com escultura deimponderáveis satânicos |
A peça forma um ente híbrido de homem, dragão e onça com chifres, dentes pontiagudos e expressão satânica, abraçando o globo terrestre no qual está inscrito “COP30”.
Segundo a artista Huang Jian, a obra ficará como um guardião das florestas tropicais, mas suscitou repulsa pela sua horrorosa expressão alusiva a Satanás.
De fato, encarna o espírito que se pretendeu inocular na fracassada assembleia mundial de Belém, e com o qual Pequim quer abocanhar o mundo .
Balanço final: fracassou mais uma investida comuno-indigenista disfarçada de ambientalismo, que de início ameaçava avançar sobre a soberania intocável brasileira e dos países sul-americanos na Amazônia.
Mas desconfia-se que os artífices da tentativa contra a soberania e a propriedade privada prossigam, com pretextos diversos, sua ofensiva contra os valores básicos da civilização cristã ainda vigentes.




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