domingo, 28 de dezembro de 2025

COP30 tentou mobilizar luta de classes planetária, mas não teve repercussão

China presenteia o Brasil com a escultura de bronze Espírito Guardião Dragão-Onça na COP3, hecha por escultota chinesa Huang Jian
China presenteou o Brasil a escultura  Espírito Guardião Dragão-Onça
feita para a COP30 pela escultora chinesa Huang Jian
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A herança revolucionária da ECO-92 ainda latejava contra os restos da ordem mundial (evento qualificado por seu secretário-geral, Maurice Strong, de “mãe de todas as conferências): “O mundo não será o mesmo a partir de agora [1992]” .

O ataque contra o Brasil ficou focado na agricultura, apresentada como culpada do “novo crime” de desmatamento; e contra a pecuária, indiciada por aquecer o clima com o maior rebanho bovino comercial do mundo.

Os consumidores de carne no País também foram culpados por puxar o seu consumo, que deveria ser diminuído cada vez mais .

Não faltaram ataques à mineração e à exploração de hidrocarbonetos na Amazônia.

Encenação reveladora foi a “Barqueata da Cúpula dos Povos”, em que barcas alugadas para agitadores e “povos originários” exibiram faixas e cartazes invectivando o agronegócio, ecoando a surrada luta de classes contra os proprietários:

“O agro não enche o prato”;

“O agro passa, a destruição fica”;

“Mineração: o povo decide”;

“A destruição da Amazônia é uma ferida aberta no planeta”.

A bandeira feminista: “sem mulher não tem clima”.

E o eco da grande reivindicação dos pontífices Francisco e Leão XIV: “Por justiça social e ambiental”.

Não faltou a propaganda do financiador: “Com Lula o Brasil lidera o combate à crise climática”; “Obrigado Lula”.

Tudo isso entre abundantes bandeiras do PT, do MST e dos “povos originários”, que deveriam reassumir a direção do Brasil porque ‘só eles sabem lidar com o clima e a natureza’.

Barcas semi-vazias foram ornadas com bandeiras dos palestinos e de Cuba...

Propaganda comuno-indigenista


Abertura da Cúpula dos Povos na COP 30, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Foto Tânia Rêgo-Agência Brasil
Abertura da Cúpula dos Povos na COP 30, Universidade Federal do Pará (UFPA). 
Foto Tânia Rêgo-Agência Brasil
O objetivo comuno-indigenista foi mascarado com um linguajar definido pela “Folha” como “burocratês climático” ou “linguagem vaga, inflada, pobre, confusa e imprecisa”, que evocava a “novilíngua” de George Orwell.

Esse estranho idioma “verde” forçou-a a “publicar um glossário para guiar o leitor na selva de siglas estranhas e termos vagos”.

O escritor anarquista inglês, coitado, propusera “cultivar uma higiene mental e... uma linguagem clara”, mas isso não compareceu no caos da COP30 .

Danças e distribuição gratuita de álcool e comida visaram atrair público e promover a confraternização dos militantes.

Muito ao gosto ecologista, o pavilhão de Singapura distribuía cerveja feita com água de esgoto tratada, enquanto outros ofereciam “karaokês”, que cantavam de modo pouco compreensível contra o aquecimento global, além de canções de Michael Jackson, úteis para “curar nosso planeta” etc.

O café não ficou por conta do pavilhão do Brasil, mas da Alemanha .

Entre as múltiplas encenações, foi particularmente achincalhante a passeata de artistas disfarçados de animais, vários dos quais inexistentes na Amazônia, como urso branco, girafa e dromedários.

Foram arrebanhados pelo “índio Curupira”, mascote da COP30, com quem o presidente Lula quis ser fotografado.

Para maior escárnio, os atores contratados fizeram greve porque não receberam o pagamento combinado.

O auge da vergonha se deu durante um incêndio atribuído à gambiarra na fiação elétrica, feita oficialmente de material incombustível.

O fogo se espalhou pelas tendas e forçou o adiamento da reunião final.

“Igreja Ecológica” da Laudato Si


Ministra Marina Silva durante seu discurso no Vaticano  (@Vatican Media).
Nos ambientes católico-comunistas, a encíclica Laudato Si ficou ratificada como documento constitucional da “Igreja Ecológica”; ou, como observou “Infovaticana”, como catecismo oficial da nova religião ecológica, onde a redução do CO₂ é um objetivo supremo.

Ali está toda a terminologia: “conversão ecológica”, “justiça climática”, “cuidado da Casa Comum”.

Mas o essencial da fé católica — Cristo, a redenção, a vida eterna não se sabe onde ficou.

Em reunião plenária em Fátima, os bispos europeus pediram à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que agisse com decisão na COP30, mas ela se entretinha com exemplares da fauna e da flora local, segurando um papagaio, observando quelônios e afagando um quati.

No discurso verde, os bispos lembraram que a Igreja não existe para gerir orçamentos climáticos, mas para evangelizar.

Documento análogo foi elaborado pelo episcopado latino-americano, mas nesse o Evangelho não teve permissão para entrar .


Engajamento inconsequente de Leão XIV


Marina Silva: radicalismo não adiantou
Marina Silva: radicalismo não adiantou
Num fim de semana anterior ao início da COP30, o Papa Leão XIV fez uma assembleia extraordinária de três dias com 3.000 militantes dos movimentos sociais, alguns bispos e cardeais em Castel Gandolfo, para incitá-los ao ativismo segundo a Laudato Si.

A figura de proa foi a ministra Marina Silva, que na presença do Pontífice fez ardida exortação à ação, enquanto o ex-governador esquerdista da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, exortava os presentes a processar o governo Trump, como ele o fizera nos seus tempos de governador.

No meeting, o Pontífice abençoou um bloco de gelo da Groenlândia, alimentando os exageros “verdes” sobre o derretimento das geleiras planetárias.

Durante o transcurso da COP30, Leão XIV exigiu “ações concretas” contra a mudança climática; e em videomensagem dirigida a responsáveis religiosos, à margem daquela conferência, deblaterou contra a falta de “vontade política de alguns líderes.

Não se soube que suas palavras tivessem tido qualquer efeito entre cientistas ou governos sensatos.

Também glorificou o Acordo de Paris (COP21), que segundo ele “impulsionou um progresso real e continua sendo nossa ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta”; um discurso em colisão aberta contra o governo dos EUA e outros países descontentes com as fraudes contidas naquele acordo.

Na Audiência Geral de 17 de novembro, pediu uma conversão à “ecologia integral”, sempre segundo a Laudato Si, e se engajou em afastar o fantasma do ser humano “devastador” da Criação .

Na videomensagem às Igrejas do Sul Global — denominação desconhecida, mais consonante com a “novilíngua” da luta de classe planetária do Sul contra o Norte — comprometeu o Vaticano com a coalizão socialista-ambientalista.

Junto foi apresentado um documento de cardeais da América Latina, África e Ásia pela “casa comum”, também de fraco efeito, pois ninguém via direito como a Igreja pode se engajar em estruturas internacionais, profundamente marcadas por agendas ideológicas contrárias à antropologia cristã, e para o qual não tem missão recebida de Cristo.

Os malabarismos verbais e exageros sobre inundações, secas e ondas de calor culpabilizaram os “ricos”, adotando o discurso climático da ONU — escreveu “Infovaticana” .

Final tenso e inconclusivo


Rostos alongados e tensos na sessão final da COP30.
Rostos alongados e tensos na sessão final da COP30.
O vazio texto final da COP30 foi um fiasco que não satisfez ninguém. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, pediu desculpas.

A conclusão não mencionou o plano de Lula para os combustíveis fósseis, não deixou um plano específico contra o desmatamento, não fez referências específicas à Amazônia (este deveria ser objetivo de fazer a reunião em Belém), limitando-se a avanços simbólicos sobre afrodescendentes, territórios indígenas e questões de gênero na imaginária “crise climática”.

A sessão final foi marcada por tensões e brigas, além de reclamações contra o presidente Corrêa do Lago, acusado de ignorar pedidos e agir de modo pouco transparente.

A Rússia e a Índia, porém, defenderam a presidência brasileira, responsabilizando outros países pelo desconjuntamento geral da reunião.

Lula não assistiu, como correspondia ao País hospedeiro, e viajou para a África do Sul, onde elogiou as qualidades culturais de Belém, enquanto o chanceler alemão Merz visou consertar o mal-estar causado .


Presente chinês de aspecto demoníaco


China presenteou o Brasil com uma escultura com imponderáveis satánicos
China presenteou o Brasil com escultura deimponderáveis satânicos
Como “cereja no bolo do caos”, o governo comunista chinês ofereceu oficialmente ao brasileiro uma escultura demoníaca denominada Espírito Guardião Dragão Onça, como símbolo do que Pequim aguardava da COP30.

A peça forma um ente híbrido de homem, dragão e onça com chifres, dentes pontiagudos e expressão satânica, abraçando o globo terrestre no qual está inscrito “COP30”.

Segundo a artista Huang Jian, a obra ficará como um guardião das florestas tropicais, mas suscitou repulsa pela sua horrorosa expressão alusiva a Satanás.

De fato, encarna o espírito que se pretendeu inocular na fracassada assembleia mundial de Belém, e com o qual Pequim quer abocanhar o mundo .

Balanço final: fracassou mais uma investida comuno-indigenista disfarçada de ambientalismo, que de início ameaçava avançar sobre a soberania intocável brasileira e dos países sul-americanos na Amazônia.

Mas desconfia-se que os artífices da tentativa contra a soberania e a propriedade privada prossigam, com pretextos diversos, sua ofensiva contra os valores básicos da civilização cristã ainda vigentes.



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