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Molion: a encíclica acolhe mistificações sem base na ciência |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No dia 16 de julho de 2015, por iniciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, palestraram no Club Homs da capital paulista o Prof. Luiz Carlos Molion e o autor deste post.
O Prof. Molion é meteorologista, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas. Ele assestou o foco nos aspectos científicos da Encíclica Laudato Si'.
Suas observações continuam mais atuais do que nunca. Não somente os fenômenos climáticos e ecológicos em pauta continuam os mesmos pois se estendem com grande durabilidade no tempo.
Mas a agitação ideológica "verde" cresceu em insuspeitadas proporções.
Criou-se também um coro de vozes, aliás muitas anticristãs, que sintoniza com o Sínodo Pan-amazônico que se desenvolverá em Roma no próximo mês de outubro (2019).
E o cerne das conclusões desse Sínodo já está inscrito com antecedência na referida encíclica.
O professor Molion observou múltiplas impropriedades, do ponto de vista da ciência, contidas nessa Encíclica, pois adota hipóteses controvertidas ou falsas como se fossem resultantes de um consenso entre os especialistas.
Também sublinhou que o termo “consenso” jamais pode ser usado na ciência. Ele é aplicável na política e em seus conchavos. A ciência é questionadora por natureza.
Molion explicou que a análise dos dados dos últimos 420 mil anos registra sucessivas eras glaciais com cerca de 100 mil anos de duração cada uma, interrompidas por períodos quentes, ou interglaciários, de 10 a 12 mil anos de duração.
A última glaciação ocorreu há 130 mil anos. Nesse período, pode-se constatar que o CO2 nunca causou alteração da temperatura. Pelo contrário, ele acompanhou as mudanças da temperatura com um atraso de 800 a mil anos, ou até 5 mil.
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O auditório encheu para ouvir as explicações do prof. Molion sobre a Laudato Si' |
Segundo o abalizado especialista, vivemos hoje num período interglacial iniciado há cerca de 15 mil anos. Nos interglaciários anteriores, a temperatura atingiu de 6º a 10º acima da atual.
Qual era a atividade humana que aqueceu o planeta? perguntou o palestrante. Nessas épocas nem existia o Homo Sapiens!
Esse aquecimento apenas se explica por processos físicos naturais, independentes de qualquer presença ou atividade humana.
A história da civilização humana transcorreu nos últimos 10 mil anos, tendo havido quatro períodos muito mais quentes que o atual:
Entre 1350 e 1850, quiçá até inicio do século XX, houve um período frio em que a temperatura média da Europa ficou 2ºC abaixo da atual.
- o ótimo do Holoceno, há 8 mil anos;
- o Minuano quente, ocorreu 3.500 anos atrás e correspondeu à civilização de Minos;
- o Romano quente — entre 400 a.C. a 300 d.C. — que inclui a época da vida de Cristo;
- e o Medieval quente, entre 900 e 1250 ou 1300 d.C.
O interglacial em que vivemos tende ao resfriamento. Já passamos pelo máximo de calor 6 mil anos atrás e estamos rumando bem devagar para uma nova era glacial.
Ninguém precisa se preocupar, pois para se chegar a 8º ou 10º abaixo do que está hoje levará cem mil anos.
De acordo com o Prof. Molion, fica assim claro que o Papa Francisco foi muito mal assessorado na redação da Encíclica.
O documento papal também recolhe a ideia de um aumento catastrófico do nível dos mares.
Em 2007, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, previa um aumento de 59 cm até 2100. Em 2013 sua previsão saltou para 98 cm.
E o líder aquecimentista Al Gore afirma em um laureado trabalho que o aumento será de 6 metros! Só que, apesar desse salto vertiginoso, ele comprou uma mansão em Montecito, na Califórnia, pelo valor de 9 milhões de dólares, bem junto à praia...!
O palestrante mostrou que é impossível medir o nível do mar, pois ele não é um sólido contínuo e está exposto a mudanças determinadas por fenômenos astronômicos!
A Encíclica trata também de “eventos extremos" de natureza climática. O que é isso?
Um evento extremo é um estado atmosférico momentâneo, não é clima! No clima, o que se considera é a média de tudo, e não apenas um momento extremo.
“Eventos extremos” sempre ocorreram. A pior seca do Nordeste foi em 1877-1879. Na região metropolitana de São Paulo, segundo os pluviômetros, a década com maiores tempestades foi de 1941 a 1950. E a pior enchente que São Paulo já teve foi em janeiro de 1929!
Não tem nada a ver com o aquecimento global!
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O professor Molion ilustrou os pontos falhos da Laudato Si' do ponto de vista científico. |
Também neste ponto, a Encíclica acolhe uma mistificação sem base na ciência.
Segundo o expositor, em matéria de efeito estufa o documento papal está totalmente equivocado e deve ser completamente repensado em função dos conhecimentos básicos da física.
Outra questão afirmada sem fundamento é a acidificação dos oceanos. Quanto ácido seria preciso para acidificar os oceanos? É inimaginável.
Resumidamente, o professor Molion voltou a sublinhar verdades básicas na matéria:
- o clima varia por causas naturais;
- “eventos extremos” sempre ocorreram;
- o CO2 não controla o clima global e é o gás da vida; sem CO2 acabariam as plantas, os animais e os homens;
- sem energia, inclusive a nuclear, os países pobres não sairão da pobreza.
O renomeado professor concluiu que é muito preocupante o Papa defender na Encíclica uma governança mundial para se controlar as emissões de gás.
Pq será que o Artico está descongelando se está esfriando.
ResponderExcluirhttp://epocanegocios.globo.com/Informacao/Dilemas/noticia/2015/09/derretimento-de-gelo-no-artico-pode-causar-impacto-de-r-170-trilhoes-trilhoes-na-economia.html
AMARO LUIZ - 12/11/2015.
ExcluirPrezados, a questão do derretimento do Ártico está ligada a uma corrente tépida marinha vinda do México. Dita corrente origina-se no Pacífico e ao atingir áreas gélidas da Terra provoca o fenômeno de evetual derretimento de geleiras, porém não será permanente, que como se sabe, o "El niño" é ciclico. A obra do Molion é muito abrangente e completa. Estudo o Assunto há 11 anos. Sou Geógrafo e pos graduado em Gestão Ambiental. Abraços.
Pelo que eu li em outras fontes, com vídeos inclusive (https://www.youtube.com/watch?v=Z8eqJquw5Wo,não ocorre um derretimento no Ártico mas sim um desmoronamento da superfície da geleira; fenômeno considerado normal pelos cientistas.
ExcluirMuito bom o conjunto de ponderações.
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