Joe Biden fala ante a tela na Cúpula virtual do clima com os líderes de 40 países |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O presidente dos EUA, Joe Biden, convocou uma cúpula virtual do clima na qual se destacaram os ditadores da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin.
Durante dois dias, 40 chefes de Estado e de Governo gastaram seus verbos ratificando aparatosamente seu compromisso político para conter o que o homem não pode conter: o aumento das temperaturas na Terra, se é que existe.
A energia sustentável e a digitalização foram postas nos chifres da Lua, mas, observou um assessor de um dos países convocados citado por “El Mundo”, não foi apresentado nenhum cálculo realista de custos e benefícios nem política industrial alguma.
Um fiasco sonoro de que os cidadãos do planeta nem tomaram conhecimento, acostumados a ouvir enxurradas de informações ambientalistas que não lhes dizem a respeito.
O assessor citado sublinhou que do imenso falatório planetário pelo clima não resultou estratégia nenhuma e os países não apresentaram incentivos para reduzir as emissões, algo que está ficando cada vez mais inverossímil.
O famoso Tratado de Paris assinado em 2015 não é vinculativo, pelo que os seus objetivos, também fixados pelos governos, não têm de ser cumpridos. E de fato estão sendo alegremente burlados.
Multiplicaram-se, isso sim, as pomposas declarações, as comemorações festivas de consenso e de satisfação com o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, que mal é cumprido pelos demais assinantes.
O presidente socialista espanhol, Pedro Sánchez, comemorou no encerramento a liderança da Espanha na área do clima, que, aliás, ninguém sabia existir.
O chefe do governo repudiado nas urnas poucos dias depois trombeteou que “a Espanha tem dado o exemplo. (...) sabemos que o combate às alterações climáticas é um esforço global”. Em outras palavras, façam os outros o que nós, o líder mundial, não fizemos.
Xi Jinping, aclamado como líder mundial pelo clima, no Dia do Clima promete que fará algo quando a China seja dona do planeta |
Não é de espantar, o herói climático prometeu em Paris que nada faria contra suas emissões poluentes e “aquecedoras” enquanto não atingisse o desenvolvimento a que pretende.
A bombástica Cúpula do Clima foi um fracasso para o novo presidente instalado em Washington e sua agitação contra as mudanças climáticas. Ele faliu tentando forjar um consenso impossível de obter.
Na semana anterior, os EUA e a China alardearam um consenso para uma transição energética, mas o “belo propósito” ficou reduzido a muito pouco na 'cúpula', concluiu o informante do “El Mundo”.
Pequim devora carvão e é o pior e maior poluidor do planeta. Mas Xi Jinping prometeu num florido discurso que deixaria de sê-lo “em algum momento entre 2026 e 2030, sem entrar em detalhes de nenhum tipo”. E até falou em atingir a meta de emissões zero até 2060.
Parece uma imensa ironia, mas não o é, é a realidade da propaganda ecologista oficial.
Biden anunciou cortar as emissões americanas entre 50% e 52% até 2030, mas seus números encerravam uma armadilha e ela será, se atingida, bem menor.
As reduções de emissões de gases estufa que prometem os governantes verdes são inalcançáveis se há liberdade para as forças do mercado. É preciso enforca-las com muito estatismo.
Nos EUA as poluidoras termoelétricas que consomem carvão estão em queda livre, graças a Deus.
Biden, Putin, Xi esquerdas usam do clima para achincalhar a ordem e o progresso não-socialista |
Blasfêmia! O “fracking” fere horrivelmente a Mãe Terra dizem os sempre insatisfeitos “verdes”! E beneficia as empresas privadas!
Então a “guerra ao carvão” é substituída pela “guerra ao fracking”. Na realidade a incessante ofensiva verde incuba uma demolição do progresso e da civilização como ela é hoje.
O “fracking” também derrubou os preços do petróleo e está tirando o Ocidente da escravidão do óleo da Arábia Saudita e da Rússia cujo barril está em torno de 50 dólares.
Tampouco Biden fará um grande investimento em energias renováveis, de altíssimos custos e até agora de instável produção.
Então a Cúpula do Clima foi mais um fiasco? Em boa lógica sim, e estrepitoso.
Mas o que ficou balançando sobre nossas cabeças como espada de Dámocles, é que o ditatorialismo ecologista não arreda e insiste sem cansar visando flagelar a humanidade com metas utópicas, mas destruidoras dos restos de ordem.
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