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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Fiasco na Cúpula do Clima e ditatorialismo ecologista

Joe Biden fala ante a tela na Cúpula virtual do clima com os líderes de 40 países
Joe Biden fala ante a tela na Cúpula virtual do clima com os líderes de 40 países
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O presidente dos EUA, Joe Biden, convocou uma cúpula virtual do clima na qual se destacaram os ditadores da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin.

Durante dois dias, 40 chefes de Estado e de Governo gastaram seus verbos ratificando aparatosamente seu compromisso político para conter o que o homem não pode conter: o aumento das temperaturas na Terra, se é que existe.

A energia sustentável e a digitalização foram postas nos chifres da Lua, mas, observou um assessor de um dos países convocados citado por “El Mundo”, não foi apresentado nenhum cálculo realista de custos e benefícios nem política industrial alguma.

Um fiasco sonoro de que os cidadãos do planeta nem tomaram conhecimento, acostumados a ouvir enxurradas de informações ambientalistas que não lhes dizem a respeito.

O assessor citado sublinhou que do imenso falatório planetário pelo clima não resultou estratégia nenhuma e os países não apresentaram incentivos para reduzir as emissões, algo que está ficando cada vez mais inverossímil.

O famoso Tratado de Paris assinado em 2015 não é vinculativo, pelo que os seus objetivos, também fixados pelos governos, não têm de ser cumpridos. E de fato estão sendo alegremente burlados.
Multiplicaram-se, isso sim, as pomposas declarações, as comemorações festivas de consenso e de satisfação com o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, que mal é cumprido pelos demais assinantes.

O presidente socialista espanhol, Pedro Sánchez, comemorou no encerramento a liderança da Espanha na área do clima, que, aliás, ninguém sabia existir.

O chefe do governo repudiado nas urnas poucos dias depois trombeteou que “a Espanha tem dado o exemplo. (...) sabemos que o combate às alterações climáticas é um esforço global”. Em outras palavras, façam os outros o que nós, o líder mundial, não fizemos.

Xi Jinping, aclamado como líder mundial pelo clima, no Dia do Clima promete que fará algo quando a China seja dona do planeta
Xi Jinping, aclamado como líder mundial pelo clima,
no Dia do Clima promete que fará algo quando a China seja dona do planeta
Dos 40 países participantes da cúpula, apenas três anunciaram novas reduções de emissões de gases de efeito estufa: EUA, Canadá e Japão, registrou o jornal espanhol. A China, nº1 do combate para “salvar o clima”, nem falou de ter feito qualquer coisa.

Não é de espantar, o herói climático prometeu em Paris que nada faria contra suas emissões poluentes e “aquecedoras” enquanto não atingisse o desenvolvimento a que pretende.

A bombástica Cúpula do Clima foi um fracasso para o novo presidente instalado em Washington e sua agitação contra as mudanças climáticas. Ele faliu tentando forjar um consenso impossível de obter.

Na semana anterior, os EUA e a China alardearam um consenso para uma transição energética, mas o “belo propósito” ficou reduzido a muito pouco na 'cúpula', concluiu o informante do “El Mundo”.

Pequim devora carvão e é o pior e maior poluidor do planeta. Mas Xi Jinping prometeu num florido discurso que deixaria de sê-lo “em algum momento entre 2026 e 2030, sem entrar em detalhes de nenhum tipo”. E até falou em atingir a meta de emissões zero até 2060.

Parece uma imensa ironia, mas não o é, é a realidade da propaganda ecologista oficial.

Biden anunciou cortar as emissões americanas entre 50% e 52% até 2030, mas seus números encerravam uma armadilha e ela será, se atingida, bem menor.

As reduções de emissões de gases estufa que prometem os governantes verdes são inalcançáveis se há liberdade para as forças do mercado. É preciso enforca-las com muito estatismo.

Nos EUA as poluidoras termoelétricas que consomem carvão estão em queda livre, graças a Deus.

Biden, Putin, Xi esquerdas usam do clima para achincalhar a ordem e o progresso não-socialista
Biden, Putin, Xi esquerdas usam do clima para achincalhar a ordem e o progresso não-socialista
Mas em seu lugar, entra o gás natural, muito mais barato, extraído pelo “fracking”.

Blasfêmia! O “fracking” fere horrivelmente a Mãe Terra dizem os sempre insatisfeitos “verdes”! E beneficia as empresas privadas!

Então a “guerra ao carvão” é substituída pela “guerra ao fracking”. Na realidade a incessante ofensiva verde incuba uma demolição do progresso e da civilização como ela é hoje.

O “fracking” também derrubou os preços do petróleo e está tirando o Ocidente da escravidão do óleo da Arábia Saudita e da Rússia cujo barril está em torno de 50 dólares.

Tampouco Biden fará um grande investimento em energias renováveis, de altíssimos custos e até agora de instável produção.

Então a Cúpula do Clima foi mais um fiasco? Em boa lógica sim, e estrepitoso.

Mas o que ficou balançando sobre nossas cabeças como espada de Dámocles, é que o ditatorialismo ecologista não arreda e insiste sem cansar visando flagelar a humanidade com metas utópicas, mas destruidoras dos restos de ordem.



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