Facilidade com que carros elétricos pegam fogo levou países a vetar seu ingresso em estacionamentos fechados |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Na Ásia e na Europa, prefeituras restringiram ou pensam restringir o estacionamento de carros elétricos em locais públicos dependendo de seu nível de carregamento: aqueles com mais de 80 ou 90% não poderão estacionar em locais fechados.
As novas regulamentações são uma resposta a incêndios ou explosões recentes ligadas a baterias de lítio, segundo registrou reportagem do “La Nación”.
Em Seul, capital da Coreia do Sul, um Mercedes-Benz EQE estacionado numa garagem fechada de apartamentos pegou fogo e o incêndio, que se espalhou rapidamente, afetou 880 veículos e deixou sem água e luz a 1.600 casas por uma semana.
As autoridades então baniram por lei os carros elétricos com carga de bateria superior a 90% em estacionamentos subterrâneos.
O caso do Mercedes não foi isolado, mas um dos 139 incêndios em carros elétricos registrados nos últimos três anos no país.
68 aconteceram com os veículos em circulação, 36 quando estavam estacionados e 26 quando estavam sendo carregados.
Outro regulamento em curso de implementação limitará os carregadores ultrarrápidos e deterá automaticamente a carga quando o veículo atingir 80% da capacidade.
Em cidades como Ningbo na China, os proprietários de carros elétricos foram solicitados a estacionar em locais remotos onde há mais espaço entre os veículos.
Na Europa há conversas a esse respeito. No hospital Alder Hey, em Liverpool, o estacionamento de carros elétricos foi temporariamente proibido alegando que poderiam explodir.
Na Alemanha, Países Baixos e Noruega, os proprietários de veículos elétricos são convidados a carregar as baterias abaixo dos 80% para evitar o sobreaquecimento e algumas estações já ajustaram os níveis máximos de carga para esta percentagem.
As baterias de íon de lítio pegam fogo por sobreaquecimento, curtos-circuitos ou danos físicos.
Carros elétricos ainda são perigosos |
À medida que a bateria se aproxima da carga total, há maior probabilidade de fuga térmica.
Em espaços pequenos e com tetos baixos, em caso de incidente, os danos se espalham mais rápido e controle do fogo torna-se mais difícil.
Quando a quantidade de energia armazenada é menor se evitam falhas causadoras de incêndios.
Para além do problema técnico, que eventualmente poderá ser superado, encontra-se desígnios político ideológicos que são o que deveras deveriam preocupar mais.
Há um esforço chinês que faz parte de um plano de hegemonia comercial e industrial mundial aproveitando as janelas abertas pelo ecologismo no Ocidente.
De ali uma produção exagerada a preços inferiores para dominar o mercado. Não é o único rubro em que a China aplica seu plano de conquista.
Resultado: estão mandando modelos imaturos que causam o problema referido.
De outro lado o ambientalismo contrário à civilização ocidental tenta forçar com leis e subsídios uma quase obrigatoriedade de as montadoras só produzirem carros elétricos em breves prazos.
As redes energéticas atuais não têm condições de alimentar a recarga dos carros a combustão existentes se forem substituídos por elétricos.
Resultado: drástica diminuição dos veículos individuais, promoção forçado do transporte coletivo, com a correspondente degradação do nível de vida nas cidades e países mais desenvolvidos, tornando mais próximo o ideal de vida comunitária rumo ao regime tribal.
Paradigmático incêndio de um Mercedes que motivou as restrições