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'O Reich Verde': um livro denúncia da autodestruição da Alemanha |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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O jurista e filósofo, diretor do PAN Medias Group Drieu Godefridi é autor do livro
“The Green Reich – Global Warming to the Green Tyranny” (“
O Reich Verde – Do aquecimento global à tirania verde”, Texquis, 2020; Armada) que aponta a dependência de fontes de energia não confiáveis (eólica, solar), que combinada com a prcipitada eliminação da energia nuclear, fez da energia elétrica da Alemanha a mais cara da Europa.
O quadro geral alemão compromete a autonomia energética do país, e, em última análise, do continente europeu, escreveu na página do reputado
“Gatestone Institute”.
As condições climáticas caem drasticamente em períodos que ocorrem todos os anos. A produção de energia não pode se basear nos caprichos do sol (quase ausente no inverno alemão) nem nos sopros de Eolo.
A submissão a esses caprichos produz repercussões econômicas e ambientais de longo alcance, transtornando a política energética baseada em energias intermitentes. Essas verdades diretamente ligadas à natureza não interessam aos arautos ecologistas salvadores da própria natureza.
A Alemanha passou a ser uma das maiores emissoras de carbono e consome a energia elétrica mais cara da Europa que, aliás, é insuficiente para sua indústria que caiu no vermelho.
O país perdeu a sua autonomia energética, que equivale a um homem não dispor de oxigênio para respirar em virtude de teorias notoriamente falsas.
Nos últimos quinze anos, a Alemanha investiu maciçamente em energia solar e eólica, e sabotou enlouquecidamente suas usinas nucleares. Em 2023, as energias renováveis representavam 55% da produção de eletricidade do país. Em 2022, eram 48%.
A energia eólica tem 31% da produção total e a energia solar 12%, biomassa 8% e outras fontes renováveis, como a hidroeletricidade os 3,4% restantes.
No primeiro semestre de 2024, a energia renovável forneceu quase 60% da eletricidade alemã. Porém com momentos de crise no fornecimento como o “
Dunkelflaute”.
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Governo aprovou a extinção das usinas nucleares |
Essa palavra dura para ouvidos brasileieros se traduz por “calmaria branda e escura”, quer dizer a falta de vento e de sol no inverno quando a demanda atinge o ápice. O “
Dunkelflaute” então pode durar alguns dias a várias semanas quando a produção eólica e solar despenca para menos de 20% de sua capacidade, chegando às vezes a zero.
Em 12 de dezembro de 2024, a produção alemã de energia elétrica oriunda da energia eólica e solar ao atendia a 1/30 da demanda.
As políticas renováveis seriam aceitáveis se fossem estáveis, como o é, em oposição, a energia nuclear. Mas, desde 2011, na onda midiática entorno do desastre de Fukushima, o país decidiu fulminar a energia nuclear e fechou usinas em pleno funcionamento.
Extinguiu a energia elétrica estável e previsível ficando penosamente vulnerável às flutuações das energias renováveis.
Em suma, na Alemanha quando não há vento nem sol, há apagão, acrescenta o prof. Godefridi..
A Alemanha ficou incapaz de se mover por falta de energia suficiente, especialmente durante o “
Dunkelflaute”. Então entra na correria para importar energia elétrica da França, da Dinamarca e da Polônia, e multiplica o consumo dos famigerados carvão e linhito para termoelétricas poluidoras.
Com mais um resultado absurdo: aumentos nos preços da energia elétrica que são realmente impressionantes. Em 2024, uma família teve que pagar o preço mais alto da Europa: € 400/MWh, com picos de € 900/MWh durante o sinistramente cômico “
Dunkelflaute”.
Os preços médios na França e na Finlândia foram de € 250/MWh no mesmo período (2024), a metade portanto, porque dependem de reatores nucleares. E nos EUA, as taxas são 30% mais baixas do que na França, também por causa das nucleares.
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Intensa propaganda 'verde' fez banir a energia nuclear e pos em crise a Alemanha |
Viva! Entramos no maravilhoso mundo para afundar “sustentavelmente” a Europa no precipício da carência e da desgraça. O modelo “sustentável para o planeta”, proposto pela seita vermelho-verde.
Em vez de líder contra o CO2 como pretextado, a Alemanha foi o segundo maior emissor de CO2 por unidade de energia produzida na Europa: dez vezes mais que a França.
Os altos preços estão levando à relocação das indústrias alemãs que procuram localidades mais acessíveis economicamente. Como os produtos alemães poderão ser competitivos quando se paga três vezes mais pela energia elétrica do que a concorrência? O gás natural é cinco vezes mais caro que na Europa e nos EUA.
Colapsam setores inteiros da orgulhosa indústria alemã. Primeiro as grandes empresas, VW, BASF, Mercedes-Benz, mas essas desaparecem ou encolhem levando junto um monte de pequenas e médias empresas para o buraco.
Os altos preços da energia alemã geram cada vez mais frustração.
O famigerado “
Dunkelflaute” não é um mero problema econômico: por trás há o assalto de uma ideologia autoritária e irracional.
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Anúncio da demissões em massa na Volkswagen gerou terremoto social |
Há anos este blog vem ecoando cientistas e analistas que julgavam que a Alemanha parecia ter ficado louca. Terá soado exagerado. Agora a realidade arromba as portas de lares e empresas germanas.
A Alemanha perdeu a autonomia energética, e, em última análise, alastra o continente a um precipício. As consequências estão sendo das mais variadas: os vizinhos estão fartos de uma tão estúpida falência energética, em virtude de um diktats irracional.
O gigantesco passo em falso da Alemanha provoca uma catástrofe europeia e em última análise, da civilização ocidental ex-cristã.